domingo, 19 de dezembro de 2010

Saiba mais sobre os 'poderes' do betacaroteno


O betacaroteno estimula o sistema imunológico, atua no fortalecimento das unhas, na elasticidade da pele e no brilho dos cabelos e ainda previne o envelhecimento. O betacaroteno é um pigmento carotenóide antioxidante, sendo é uma das formas de se obter indiretamente a vitamina A, uma das responsáveis pela proteção e pela pigmentação uniforme da pele quando exposta ao sol, auxiliando para que ela se mantenha bonita e saudável.

Sabe-se hoje que ele é um antioxidante (inibe radicais livres, prevenindo o envelhecimento), beneficia a visão noturna, aumenta a imunidade, dá elasticidade à pele, aumenta o brilho dos cabelos e o fortalecimento das unhas, além de atuar no metabolismo de gorduras.

Além do betacaroteno ser um tipo de carotenóide que dá cor aos vegetais amarelo-alaranjados, ele é também um poderoso antioxidante que ao ser ingerido converte-se em vitamina A. Apesar de fundamental, em grandes quantidades a vitamina A sintética é tóxica para o organismo. Mas, quando é proveniente do betacaroteno, o corpo a elimina as quantidades excedentes sem problemas.

"Mesmo assim, em alguns casos, quando as pessoas comem muita cenoura, por exemplo, podem ficar com as solas dos pés e as palmas das mãos amareladas, sintoma que desaparece assim que o consumo se regulariza", explica a nutricionista Elaine Cristina Rocha de Pádua.

Os alimentos mais ricos em betacaroteno são, além da cenoura e da beterraba, a abóbora, a batata doce, a manga e o mamão. Outras fontes são os vegetais folhosos como a couve, o espinafre, o agrião, o brócolis e o repolho.

Por ser antioxidante, o betacaroteno ajuda a prevenir o envelhecimento precoce e tem a função de reforçar o sistema imunológico, Ele também colabora para aumentar a elasticidade da pele e auxilia na formação da melanina, que além de ser responsável pela cor, funciona como uma proteção extra contra os raios UVB.

"Além disso, o betacaroteno fortalece as unhas, dá brilho ao cabelo e é de fundamental importância para a boa visão", diz Elaine.

Dê uma força para o bronzeado

É verdade: o betacaroteno é ótimo para dar uma acelerada no bronzeado. Só que não adianta comer uma cenoura antes de sair para a praia ou piscina. Para conseguir o efeito desejado é preciso aumentar o consumo dos alimentos que contenham betacaroteno cerca de um mês antes de começar a tomar sol. E preferencialmente consumi-los crus.

"Quem preferir cozinhar deve usar o processo a vapor, que preserva mais os nutrientes dos alimentos do que quando são fervidos em água", afirma a nutricionista. Portanto, não se esqueça de incluir na sua cesta básica de férias muitas frutas, verduras e legumes. E boa diversão!


Principais fontes na natureza

As melhores fontes de beta-caroteno são os vegetais e frutas de forte tom amarelo/laranja e os vegetais de folhas verde escuras:

Vegetais amarelos/laranja – cenouras, batatas-doces, abóboras.

Frutas amarelo/laranja – alperces, meloas, papaias, mangas, carambolas, nectarinas, pêssegos.

Vegetais de folhas verde escuras – espinafres, brocolos, endívias, couve, chicória, escarole, agriões e as partes verdes de linho, nabos, mostarda, dente de leão.

Outras boas fontes vegetais e frutas – abóbora menina, aspargos, ervilhas, ginjas, ameixas.

O conteúdo em beta-caroteno de frutas e vegetais pode variar dependendo das estação e do grau de amadurecimento. A biodisponibilidade do beta-caroteno a partir das frutas e vegetais, depende do método de preparação antes da ingestão.

Estabilidade

Os caratenóides podem perder alguma da sua atividade nos alimentos durante o armazenamento, devido à ação das enzimas e à exposição à luz e oxigênio. A desidratação de vegetais e frutas pode reduzir grandemente a atividade biológica dos caratenóides. Por outro lado, a estabilidade dos caratenóides é mantida nos alimentos congelados.

**Elaine Cristina Rocha de Pádua, nutricionista da Clínica DNA Nutri e do Ambulatório de Ginecologia da Adolescente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). (Fonte: Cozinha Nestlé)

FONTE
BondeNews

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Benefícios do Chá de Oliveira


A oliveira é conhecida cientificamente como Olea europaea L., família Oleaceae. São árvores baixas de tronco retorcido nativas da parte oriental do Mar Mediterrâneo. De seus frutos, as azeitonas, os homens no final do período neolítico aprenderam a extrair o azeite. Este óleo era empregado como unguento, combustível ou na alimentação, e por todas estas utilidades, tornou-se uma árvore venerada por diversos povos.

CHÁ DE OLIVEIRA

A Oliveira (Olea europaea), planta de origem mediterrânea, é amplamente cultivada em Portugal, Espanha e outros países da Europa. Considerada uma poderosa aliada da saúde, suas folhas contém elevadas concentrações de antioxidantes e minerais como potássio, magnésio, manganês, fósforo, selênio, cobre e zinco, que evitam a ação dos radicais livres promovendo uma ação revigorante no organismo.

Outro benefício das folhas da oliveira é que melhoram o aspecto da pele, prevenindo contra o envelhecimento, além estimular o metabolismo a eliminar gordura (efeito termogênico), auxiliando na redução de peso e dietas para emagrecimento.

Considerado 300% mais poderoso que o chá verde, as folhas da árvore da azeitona possuem quase o quadrúplo de potássio, magnésio, manganês, fósforo, selênio, cobre e zinco, dependendo de cada pessoa, em um prazo de três meses pode-se reduzir em até 10% a circunferência abdominal e perder em média, 6 kg desde que combinando com uma reeducação alimentar.

Outros benefícios do chá são: Alivio do cansaço, a fadiga e o estresse, também como o chá tem alta concentração em fibras, ele minimiza a prisão de ventre. Cabelos e unhas ficam mais fortes e brilhantes e a pele tem marcas de expressão atenuadas.

Pesquisas realizadas pela Universidade Metodista de Piracicaba mostraram que estes elementos são responsáveis pelo alto poder antioxidante das folhas, que estimulam o metabolismo ajudando na eliminação das gorduras, especialmente naquelas acumuladas na região abdominal.

Além disso não possui efeitos colaterais.

FONTE
A4BRASIL

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sucos Naturais Deixam o Corpo Mais Saudável


Nove sucos naturais que deixam o corpo mais saudável - Eles protegem contra o câncer, cansaço e falta de memória
Por Fernando Menezes


Gostosos, refrescantes e vitaminados, os sucos de fruta não podem faltar quando o clima fica mais quente. Eles são a opção mais saudável para manter o corpo hidratado e em forma. Mas é importante ressaltar que não adianta nada tomar sucos de caixinha o aqueles que vêm em pó. Os verdadeiros amigos da saúde são os naturais ou de polpa.

"Sozinhos, os sucos não previnem doenças, mas quem tem uma alimentação balanceada, pratica atividades físicas e também consome a bebida das frutas pode favorecer a saúde", explica a nutricionista Carla Fiorillo, da Unifesp. A seguir, você confere as nove bebidas campeãs em blindar o organismo e deixar o corpo mais saudável para o clima quente.

Suco de romã

A romã possui uma série de propriedades que ajudam a baixar os níveis de colesterol ruim, o LDL, em nosso sangue. "Os antioxidantes presentes nessa fruta também dissolvem as placas de gordura que se formam nas paredes da artéria, diminuindo assim as chances de derrames e infartos", diz Carla Fiorillo.

Como ela ainda não é muito fácil de encontrar, e o preço não é dos mais baixos, existem algumas frutas, com as mesmas propriedades, que são ótimas substitutas pois tem efeito parecido no organismo. Uma delas é a melancia, que também é enriquecida com fibras, vitaminas A e C, além do complexo B.

A romã pode ainda trazer benefícios à saúde masculina. De acordo com um estudo feito pela Universidade da Califórnia, ela possui um coquetel de substâncias químicas que parecem barrar a evolução do câncer de próstata e, potencialmente, matar as células cancerígenas.

Suco de maçã

Por ser rico em acetilcolina, esse suco tão popular pode ajudar a manter a saúde do cérebro em dia. Essa substância é responsável para a manutenção da memória e de funções cognitivas. "Vários estudos recentes mostram que a maçã é uma fruta que previne o Mal de Alzheimer, já que os níveis baixos de acetilcolina estão ligados ao desenvolvimento dessa doença", diz Carla Fiorillo.

Outra propriedade importante da maçã é a quantidade de fibras que ela possui. Em sua casca podemos encontrar fibras insolúveis, que ajudam no processo de digestão. Já em sua polpa são encontradas fibras solúveis, que é mais rapidamente absorvida pelo organismo e facilita o transporte de nutrientes para as células.

Suco de açaí

Um dos mais famosos alimentos do verão, o açaí normalmente é consumido em forma de creme, e não de suco. "O açaí é, em geral, incrementado com acompanhantas, como frutas e granola, tornando essa mistura muito calórica", diz Carla Fiorillo. Mas em forma de suco, a fruta torna-se mais saudável, sem perder os nutrientes, como antioxidantes, vitaminas que fazem da fruta um aliado contra vários tipos de câncer.

Um estudo feito pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostrou que beber suco de açaí diariamente pode ajudar a prevenir o desenvolvimento e a disseminação de células cancerígenas, já que ele possui antioxidantes que impedem a ação de radicais livres em nosso organismo.

Suco de laranja

Ele está entre os mais consumidos pelos brasileiros. "O suco da laranja contém um antioxidante chamado hesperidina, que melhora a função dos vasos sanguíneos, ajudando a reduzir o risco de doença cardíaca", explica a nutricionista. De acordo com pesquisa realizada nos Estados Unidos, homens que beberam 500 mililitros de suco de laranja por dia, apresentaram pressão arterial mais baixa do que aqueles que tomaram um suplemento antioxidante.

O suco é bem vindo para prevenir a formação de cálculos renais. Isso porque, os suplementos de citrato, substância encontrada em sucos cítricos, como o de laranja, limão e tangerina, podem ajudar a retardar a formação de pedras nos rins.

A vitamina C, nutriente que ajuda o sistema imunológico, também é encontrada em grande quantidade na laranja, tornando-a uma das frutas mais importantes na prevenção de gripes, resfriados, fraquezas e infecções.

Para tirar melhor proveito de todos esses benefícios, o mais interessante é consumir o suco fresco, logo após ele ter sido preparado. "Os antioxidantes da laranja são os fotossensíveis, e perdem sua ação depois que ficam expostos à luz. Por isso, quanto antes você tomar o suco, mais efeito ele terá em seu organismo", explica Carla Fiorillo.

Suco de uva roxa

O famoso efeito benéfico que consumir um copo de vinho tinto traz para a saúde também pode ser aplicado ao suco de uva. "Assim como o vinho, o suco de uva roxa contém polifenois e atoxinas, poderosos antioxidantes que controlam o colesterol e protegem o coração e todo o sistema circulatório", diz Carla Fiorillo.

Um estudo realizado por psiquiatras da Universidade de Cincinnati descobriu que consumir um copo diário de suco de uva melhorou a memória dos pacientes significativamente em comparação com os que não tomaram nenhum tipo de substância graças aos polifenois contidos nas uvas.

Suco de abacaxi

Este suco está entre os mais refrescantes da lista, principalmente se for adicionado a ele algumas folhas de hortelã. O fruto contém enzima bromelina, que ajuda o organismo a digerir proteínas e regula o funcionamento do intestino. Outra característica importante da bromelina encontrada no abacaxi é sua ação anti-inflamatória e anticoagulante.

Mas os benefícios que a fruta traz não param por aí. Estudos feitos pela Universidade do Texas dizem que comer abacaxi ou tomar o suco protege os ossos da osteoporose, pois a fruta é rica em manganês, um mineral que fortalece os ossos.

Suco de cereja

Estudos recentes da Universidade de Northumbria, no Reino Unido, têm mostrado que os corredores que beberam suco das cerejas duas vezes por dia durante cinco dias antes de correr na Maratona de Londres, obtiveram uma recuperação muito mais rápida e não sofreram tanto com dores musculares. "A cereja tem grandes quantidades de potássio, fibras e vitamina C, nutrientes importantes para o corpo, e que podem acelerar o processo de recuperação muscular", diz a nutricionista Carla Fiorillo.

Além disso, a pesquisa ainda sugere que o suco de cereja pode ajudar a aliviar as dores de quem sofre de gota, por ajudar o organismo a excretar o ácido úrico, grande causador dos incômodos característicos da doença.

Suco de tomate

O consumo de suco de tomate não é tão comum, mas os benefícios que ele pode trazer são muitos. Assim como o tomate na salada, o suco dessa fruta traz grandes quantidades de licopeno - antioxidante que previne contra câncer de próstata e de mama-, vitaminas A e complexo B, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, que assumem papel importante na formação dos ossos e combatem a osteoporose, além de ácido fólico e frutose.

Água de coco

Não é exatamente um suco, mas essa bebida não pode ficar de fora, principalmente com a chegada do calor. A água de coco é rica em potássio, fósforo e outros sais minerais

FONTE
Corpo e Saúde - MSN Brasil

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quanto custa um ano de vida?


Essa pergunta não existe apenas na cabeça de burocratas sem coração. Ela está no centro de um debate mundial sobre saúde e  (11/09/2009)
by CRISTIANE SEGATTO

Sempre que recebo o e-mail da Revista Época procuro logo conhecer o tema abordado nos artigos da Cristiane Segatto e um deles que sempre me chama a atenção é: QUANTO CUSTA UM ANO DE VIDA?

Desde 2005 com a morte da minha filha que eu sempre relembro os seus doze anos em minha vida o quanto ela era carinhosa, dedicada aos familiares e aos amigos, aplicada aos estudos, cheia de sonhos e planos... o quanto eu a amo; e quanto ela me faz falta. Foram meses passando por várias internações e exames, esperando dias para marcar um exame e vários outos dias para se ter o resultado dos mesmos; e tomando vários remédios sem que se descobrisse a causa, a origem daquilo que estava matando minha filha.

É horrível constatar que um diagnóstico tardio contribuiu para que seus últimos meses de vida não lhe dessem um único dia sem que sentisse dores pelo corpo, joelhos inchados, cansaço, dor de cabeça, dor pra respirar, arroxeamento das extremidades, febre sem causa conhecida...

Tantos sintomas sem diagnóstico por falta de vaga para agendar consultas e exames, por não saber que "tipo" de médico procurar, por ser medicada com base em diagnósticos errados... por ela ser mais uma vida na tal lista de racionamento que parece colocar preço na vida humana.

Nada se compara ao desespero que sentia cada vez que era informada que o exame seria agendado dali alguns dias quando era evidente que estavamos numa corrida contra o tempo.

Ainda me lembro do dia que levei a Danielly pra fazer um eletrocardiograma e a atendente me disse que eu havia marcado era um ecocardiograma com doppler; e eu argumentei que eu não poderia ter marcado um exame que eu nem sabia que existia e ela se alterou comigo me dando lição de moral dizendo: "... que era comum as pessoas marcarem uma coisa e depois querer ser atendida em outra". E ela disse que naquele dia não seria mais possível marcar o exame e teria que ficar para o próximo ano porque a clínica entraria em recesso de fim de ano...

E lá estava eu com minha filha doente sem conseguir ser atendida por "descuido" dela, e em vez de me preocupar em brigar apenas contra a doença, tinha que me preocupar em não brigar com a atendente, pois quanto mais eu explicava mais ela me ironizava e se tornava inflexível. Meu irmão interviu e ainda tivemos que ouvir que ela não era obrigada a corrigir um erro meu, mas que ela "encaixaria" o exame para o final da tarde. E passamos a manhã e a tarde em Dourados/MS esperando pra fazer o tal exame. O resultado saiu lá pelo dia 28/12...

médico me informou que a Danielly tinha lúpus no dia 30/12/2004 (internada no dia 27/12 recebeu alta no dia 31/12). No dia 06/01/2005 minha filha foi internada em estado grave. Entrou em coma e veio a óbito teve falência múltipla dos órgãos, infecção generalizada em decorrência de LÚPUS (LES - LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO).

Elizabeth Nogueira





SEM LIMITES
As novas tecnologias de saúde tornam as contas impagáveis. Uma diária de UTI equipada com o que existe de mais moderno no mundo custa US$ 15 mil Quanto a sociedade deve gastar para dar a um doente um ano a mais de vida? R$ 50 mil? R$ 150 mil? R$ 1 milhão? A partir de que limite o Estado, os planos de saúde e as famílias devem desistir de custear tratamentos que prolongam a vida por alguns meses? As questões são duras, mas não residem apenas na cabeça dos burocratas sem coração. Estão no centro de um debate mundial que o Brasil precisa enfrentar. Quando confrontada com a escassez de recursos destinados à saúde, muita gente diz que “a vida não tem preço”. Essa expressão altruísta nos dá conforto, mas nos afasta de uma discussão urgente.

A questão do preço da vida ganhou as manchetes devido à polêmica sobre a reforma do sistema de saúde nos Estados Unidos. Lá, os custos da saúde consomem 17% do PIB. Ainda assim, 46 milhões de cidadãos não têm nenhuma cobertura médica. O presidente Barack Obama defende a adoção de critérios que tornem mais racional o uso do dinheiro público. Isso permitiria investir a maior parte dos recursos em tratamentos que garantam mais anos de vida com qualidade. Com o dinheiro economizado, seria possível oferecer pelo menos um pacote básico de serviços de saúde a toda a população.

Muita gente não gostou. A oposição acusou Obama de tentar criar um painel da morte, um comitê que decidiria sobre a eutanásia dos velhinhos que não tivessem condições de pagar suas contas hospitalares. Os opositores da reforma da saúde dizem que o governo quer colocar um preço na vida humana. Obama recomendou a alguns governadores que evitem mencionar o termo racionamento dos gastos com saúde. “Racionar virou uma palavra suja”, escreveu o professor de bioética Peter Singer, da Universidade Princeton, num artigo publicado recentemente na revista do The New York Times.

PREVENIR É MELHOR QUE RACIONAR

Não se pode falar abertamente sobre racionamento, mas ele é praticado, no mundo todo, o tempo todo pelos governos, pelos planos de saúde e até pelas famílias que decidem quanto podem ou estão dispostas a gastar com seus doentes. A forma mais simples de racionamento é excluir parte da população do acesso à saúde. Ou criar barreiras que o dificultem (longas filas para conseguir marcar uma consulta, espera de meses para realizar um exame, distribuição irregular de medicamentos). Os brasileiros conhecem bem essa prática. Esse tipo de racionamento não é inteligente. Com o agravamento das doenças que deixam de ser detectadas e tratadas na fase inicial, se gasta mais dinheiro e as chances de cura diminuem.

Não se fala sobre o racionamento de custos na saúde, mas ele existe e é praticado no mundo todo

Se o racionamento é inevitável, é melhor que seja explícito e planejado. E que as regras sejam claras e válidas para todos. As decisões são especialmente difíceis no caso de tratamentos muito caros e que, em vez de curar, apenas prolongam a vida.

A maioria das novas drogas contra o câncer se enquadra nesse grupo. Um exemplo é o remédio Sutent (sunitinibe), aprovado para uso contra o câncer renal quando ele já apresenta metástases. O medicamento é considerado um grande avanço. Antes dele, os pacientes viviam um ano depois do diagnóstico. Com o Sutent, uma droga oral muito mais tolerável, os pacientes vivem em média dois anos. Alguns vivem mais. Outros, menos. Nem sempre com disposição. Na maior parte dos casos, a doença volta a dar sinais 11 meses depois do diagnóstico.

Esse benefício compensa o custo de R$ 14 mil por mês? “É preciso que a sociedade discuta se está disposta a arcar com esses tratamentos”, diz o oncologista clínico José Augusto Rinck Júnior, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. “A decisão não pode ficar nas mãos do médico que lida com dramas individuais e quer aliviar o sofrimento de seus pacientes.”

O administrador de empresas João Carlos Muniz Santiago, de 62 anos, sofre de câncer renal. Teve metástases no pulmão. “Não sei se eu venderia meu apartamento para comprar um remédio sem ter a garantia de que ele iria funcionar”, diz. Santiago toma Sutent desde março de 2008. Pagou as duas primeiras caixas. As outras oito que consumiu até agora foram fornecidas pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo depois que ele entrou com uma ação judicial. O tratamento parece estar conseguindo barrar o avanço da doença. Os últimos exames não revelaram nenhum sinal de câncer no pulmão. “Achei que fosse viver pouco. Agora já enxergo um horizonte”, diz.

O número de ações contra o Ministério da Saúde cresceu seis vezes nos últimos quatro anos. “Se o paciente tem uma prescrição médica, não cabe ao Estado decidir se ele deve ser tratado ou não. Sua obrigação é fornecer o remédio”, diz a advogada especializada em causas sobre saúde Renata Vilhena Silva.

FALTA ORIENTAÇÃO

A falta de orientação clara sobre o que deve ou não ser oferecido a cada cidadão mantém os médicos sob pressão constante. Algumas famílias insistem que eles prescrevam drogas caríssimas mesmo quando os especialistas não acreditam que o tratamento fará diferença. Médicos e pacientes praticam uma medicina baseada na esperança e não em evidências científicas. Por outro lado, muitos pacientes se enquadram no grupo que poderia ser beneficiado – ou até mesmo salvo – pelo tratamento, mas o Ministério da Saúde demora anos para atualizar os protocolos clínicos e oferecer os remédios no SUS. Para receber as drogas mais modernas, os cidadãos processam a União, os Estados ou ambos com base no artigo da Constituição segundo o qual saúde é direito de todos e um dever do Estado.

FONTE:
REVISTA ÉPOCA

CRISTIANE SEGATTO

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"Me permitam fazer um ANTES e  DEPOIS da Cristiane"
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