A colina é um composto quaternário (C5H14NO+) que foi descoberto e sintetizado na década de 1860 e atualmente é considerada um nutriente essencial para os seres humanos e animais.
Todas as células sintetizam colina através da via CDP-colina (citidina 5-difosfocolina-colina). O fígado, que usa grandes quantidades de colina, tem uma maneira adicional de produzi-la: por meio de uma enzima chamada PEMT (fosfatidil etanolamina N metil transferase), que é regulada por estrogênio. O fígado é incapaz de produzir toda a colina que precisa e a eficiência da produção varia com a idade, sexo e estado hormonal. Assim, o equilíbrio deve ser obtido pela ingestão dietética.
A colina da dieta é absorvida a partir do intestino delgado através de proteínas transportadoras localizadas nas células intestinais, em direção ao plasma.
A ingestão de colina pode variar amplamente entre os indivíduos. Ela é encontrada nos alimentos, principalmente na forma de fosfatidilcolina, e dentre suas fontes estão o fígado bovino, ovos, gérmen de trigo, soja e carne de porco.
Mas por que a colina é tão importante?
A colina é essencial para a saúde humana pois exerce várias funções fisiológicas, dentre elas:
→ a partir dela é gerada a acetilcolina, um importante neurotransmissor;
→ participa na biossíntese de DNA, RNA e proteínas;
→ é precursora da esfingomielina, um fosfolipídio encontrado no tecido nervoso;
→ é fosforilada para sintetizar fosfatidilcolina.
A fosfatidilcolina é um constituinte importante de membranas celulares e mitocondriais. Está envolvida na bioenergética mitocondrial, regulação lipídica e metabolismo da glicose e participa no empacotamento e exportação de triglicérides em lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), bem como na solubilização de sais biliares para secreção.
E o que pode ocorrer nos casos de deficiência de colina?
Graus diferentes de deficiência de colina produzem uma variedade de distúrbios reversíveis e irreversíveis, que tem o fígado como principal alvo, mas também podem fornecer uma base para o desenvolvimento de doenças não associadas ao fígado diretamente (incluindo diabetes, distúrbios cardiovasculares, etc.).
Sabe-se que a colina, assim como outras substâncias tais como metionina, ácido fólico e vitamina B12, impedem a deposição hepática de gordura e, assim, são conhecidos como “lipotrópicos”.
A deficiência de colina pode ser um problema frequente em casos de alcoolismo e desnutrição e em estados fisiológicos específicos, como a gravidez e lactação. A esteato-hepatite não alcoólica (non-alcoholic steato-hepatitis, NASH), que se desenvolve em pacientes que recebem nutrição parenteral total também tem sido atribuída à deficiência de colina.
Nos seres humanos privados de colina têm sido observado o desenvolvimento de fígado gorduroso, lesões inflamatórias e oxidativas, bem como a liberação de citocinas e morte de células hepáticas, até alterações mais complexas e irreversíveis, como fibrose, cirrose e câncer.
Não há pool de armazenamento significativo de colina em células de mamíferos. A importância de estimular o consumo de níveis adequados de colina se dá, pois:
(1) a colina está envolvida em muitas funções importantes do nosso corpo;
(2) há uma parte da população que não ingere quantidades adequadas;
(3) existe uma ampla presença de polimorfismos na população, que pode aumentar as necessidades dietéticas de colina; e
(4) certas situações fisiológicas, tais como a gravidez, também aumentam os requisitos colina.
Referências Bibliográficas:
AL-HUMADI, H. et al. Choline deprivation: an overview of the major hepatic metabolic response pathways. Scandinavian Journal of Gastroenterology, v. 47, n. 8-9, p. 874-86. 2012.
ZHU, J. et al. The effects of choline on hepatic lipid metabolism, mitochondrial function and antioxidative status in human hepatic C3A cells exposed to excessive energy substrates. Nutrients, v. 6, n. 7, p. 2552-71. 2014.
fonte
http://www.kilyos.com.br/o-papel-da-colina-na-saude-hepatica/
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