sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vitamina D no combate a Doenças Autoimunes




Vitamina D

A vitamina D é uma denominação genérica para os diversos compostos que possuem a propriedade de prevenir e curar o raquitistmo – os mais importantes são o calciferol (ergosterol ou vitamina D2) e o colecalciferol (vitamina D3).

Ela é importante no processo de absorção de cálcio e fósforo do intestino, mineralização, crescimento e reparo dos ossos.

Nos seres humanos, a vitamina D3 é formada na pele, pela ação dos raios ultravioletas da luz solar sobre um elemento (7-deidrocolesterol) presente na epiderme. 

Deficiência de vitamina D:


Nível de cálcio e fósforo no sangue decresce, causando problemas nos ossos – raquitismo nas crianças e osteomalácia (mineralização deficiente dos ossos) nos adultos.

Excesso de vitamina D:

O consumo de altas doses (10 vezes o valor diário recomendado) por vários meses pode causar toxicidade, resultando em nível alto de cálcio no sangue. Pode ocorrer depósito de cálcio pelo organismo, principalmente no rim.


Fontes: 

A vitamina D é encontrada em pequenas quantidades em alimentos animais na forma de colecalciferol (D3). Nenhum vegetal, fruta ou grão contém vitamina D em quantidade detectável. O mesmo acontece com carnes e peixes com baixo teor de gordura.

A vitamina D é estocada no fígado, o que faz com que este órgão seja boa fonte. É encontrada em pequenas quantidades na manteiga, nata, gema de ovo e fígado e em grande quantidade no óleo de fígado de peixes como lambari, bacalhau, arenque e atum. Tanto o leite materno como o de vaca são fontes pobres desta vitamina.

Óleo de peixe - 400 miligramas por colher de chá. 

Gema de ovo - 20 miligramas por unidade

Salmão fresco -100 a 250 miligramas por 100 gramas.

Sardinha e atum - 200-300 miligramas por 100 gramas

Leite de soja - 200 miligramas (um copo ) 

Veja como o sol, principal fonte de vitamina D, pode ajudá-lo a combater o câncer, o diabete e os problemas cardíacos - A gente não cansa de ouvir e ler que a receita para uma vida longa e cheia de saúde deve incluir uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, sono em dia e cuca fresca... 

Hoje, porém, muito cientista sério acrescentaria a essa lista banhos de sol diários. Nem muito extensos nem muito curtos: bastam 15 minutos para que os raios solares ativem no organismo a produção de uma substância capaz de fortalecer os ossos, deixar as defesas em ponto de bala, preservar a massa cinzenta e garantir que o coração bata forte por anos a fio. 

Trata-se da vitamina D, uma substância que, com tantas qualidades elencadas nos tempos muito recentes, tem despertado o interesse de pesquisadores de várias áreas - de nutricionistas a bioquímicos.

Boas doses de vitamina D são, ainda, sinônimo de peito forte. Isso porque ela controla as contrações do músculo cardíaco, vitais para o bombeamento de sangue. Sem contar que, em níveis desejáveis, mantém a pressão arterial em dia. A razão é simples: inibe lá nos rins a síntese de renina, uma enzima envolvida na secreção de um hormônio que faz a pressão disparar.

Por falar em hormônio, a insulina, que bota o açúcar para dentro das células, é mais uma substância que depende da ação adequada da vitamina D. “Ela estimula o pâncreas a produzi-la”, diz Lígia Martini. De quebra, a vitamina torna a insulina mais sensível ao açúcar. Assim, taxas reduzidas podem estar relacionadas à síndrome metabólica, que engloba hipertensão, obesidade, colesterol ruim elevado e resistência insulínica. 

No caso do câncer, desconfia-se que a vitamina D regule genes vinculados à proliferação celular na mama, no cólon e na próstata. Esse batalhão genético se encarrega de outra missão: induzir o suicídio de células malignas, a apoptose. “A vitamina também comanda genes que inibem a angiogênese, a formação de vasos que alimentam o tumor”, diz Marianna. Ou seja, age contra o câncer em várias frentes. “Em muitos casos, mulheres com câncer de mama apresentam uma dosagem deficiente de vitamina D”, revela a oncologista Maria Aparecida Koike Folgueira, da USP. E talvez não seja mera coincidência. 

O mesmo déficit pode estar por trás de problemas como o Parkinson, que provoca tremores involuntários. Esse elo foi verificado por cientistas da Universidade Emory, nos Estados Unidos. Os portadores do mal tinham uma carência acentuada do nutriente. “A hipótese é que a vitamina D ofereça uma maior proteção aos neurônios ameaçados pelo Parkinson”, conta a neurologista Marly de Albuquerque, da Universidade Federal de São Paulo. 

A falta do nutriente talvez se explique pelo fato de a população se expor cada vez menos ao sol, até mesmo no Brasil. Foi o que mostrou um trabalho da nutricionista Marianna Unger. O estudo avaliou 619 indivíduos considerados saudáveis. “Cerca de 80% deles tinham níveis insuficientes de vitamina D após o inverno”, diz a pesquisadora. “Depois do verão, a proporção de indivíduos com carência caiu para 39,6%, índice muito elevado para um país ensolarado como o nosso.” 

Importante: o medo do câncer de pele não pode servir como desculpa para evitar os raios solares. “Os protetores não impedem que tenhamos uma quantidade adequada de vitamina D”, afirma o dermatologista Marcus Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que demonstrou isso em um trabalho finalista do III Prêmio SAÚDE!, promovido pela Editora Abril. Fica o recado: tem que tomar sol! Sua saúde vai agradecer.


No corpo todo 

Quando foi descoberta, no início do século passado, a vitamina D só era vinculada à saúde dos ossos. Mas hoje os cientistas sabem que há receptores para essa molécula em 31 áreas do corpo humano (veja a lista completa abaixo). E, quando a natureza cria receptores para determinada molécula, é sinal de que ela é realmente importante para a célula

As 31 áreas em que ela atua

• Cartilagens 

• Células produtoras de insulina 

• Cérebro 

• Coração 

• Desenvolvimento do embrião 

• Estômago 

• Fígado 

• Folículo capilar 

• Formação da placenta 

• Funcionamento da musculatura 

• Glândula supra-renal 

• Hipófise 

• Inibidores do câncer 

• Intestino 

• Mamas 

• Medula óssea 

• Ossos 

• Ovários 

• Paratireóide 

• Parótida 

• Pele 

• Próstata 

• Pulmões 

• Retina 

• Rins 

• Sistema imunológico 

• Tecido adiposo 

• Testículos 

• Timo 

• Tireóide 

• Útero 
Depois dos 50… 

...A vitamina D se torna ainda mais fundamental. Isso porque a partir dessa idade os ossos tendem a se desmineralizar em um ritmo acelerado, aumentando o risco de osteoporose. Além disso, o corpo perde massa muscular, o que favorece a ocorrência de quedas e até de certa dificuldade de locomoção. “O problema é que nessa idade a pele tem uma menor capacidade de síntese da vitamina”, diz Rodolfo Herberto Schneider, geriatra da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Por isso, muitos especialistas preconizam doses mais elevadas da substância, prescrevendo, de acordo com o caso, até mesmo a suplementação.

A vitamina D acelera o metabolismo abdominal

Altos índices de vitamina D no organismo

aceleram o metabolismo, reduzem a barriga

e ainda fazem bem à saúde

Que a vitamina D é fundamental para a saúde dos ossos e dos dentes, já se sabia. A substância também está relacionada à prevenção de várias doenças, como diabetes do tipo 1, mal de Parkinson e depressão. A essa lista, soma-se agora uma novidade: o nutriente ajuda a evitar e a combater a obesidade. Uma pesquisa recente da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com índices mais elevados de vitamina D no organismo afinam com maior facilidade, principalmente, a região abdominal.

Como o nutriente atua na perda da barriga

1. A vitamina D promove o metabolismo da gordura, cortando a produção do hormônio da paratireoide, o que acelera a quebra da gordura pelo fígado. 
2. Depois, a vitamina D seca as gordurinhas - a substância ativa os receptores nas células adiposas, inibindo o seu crescimento. 
3. A supervitamina também reduz o apetite, pois aumenta a quantidade de leptina, hormônio que envia sinais de saciedade ao cérebro. 
4. Por fim, o nutriente ativa a força dos músculos - ele facilita a redução do excesso de gordura no tecido muscular, fator ligado ao aumento da força. 

Além de emagrecer, a vitamina D faz bem à saúde

Além de ajudar na perda de peso, bons níveis do nutriente no organismo mantêm a saúde em dia. Confira alguns benefícios da substância: 

1. Imunidade turbinada 

A vitamina D tem o poder de estimular a atividade das células de defesa no momento em que elas precisam entrar em ação.

2. Maior resistência a vírus 

De acordo com um recente estudo da Escola de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, pessoas com altos níveis de vitamina D ficam menos doentes do que as que têm índices baixos. E, quando as vitaminadas adoecem, se recuperam muito mais rápido. Isso porque o nutriente ordena as células brancas a fabricar um tipo de proteína que acaba com a infecção.

3. Sem mal de Parkinson 

Segundo um estudo publicado em julho na revista Archives of Neurology, a vitamina D tem uma ação protetora sobre o cérebro: ela regula os níveis de cálcio, melhora o trabalho dos neurônios e desintoxica as células, diminuindo o risco de desenvolver a doença.

4. Câncer reduzido 

A vitamina D tem influência em muitos dos genes responsáveis pelo crescimento e pela sobrevivência das células malignas. Ela também induz o suicídio das células cancerígenas, chamada de apoptose. Estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama caia de 30 a 50% e o de cólon, 50%.

5. Coração mais forte 

Quem tem deficiência em vitamina D, dizem os especialistas, corre um risco 80% maior de entupimento das artérias. Além disso, a substância regula mais de 200 genes e controla as contrações do músculo cardíaco. Os pesquisadores também acreditam que o nutriente esteja relacionado a uma pressão arterial saudável.

6. Amiga da longevidade 

Taxas insuficientes de vitamina D aumentam o risco de morte das mais variadas causas em 26%, em comparação aos indivíduos com altos índices da molécula.

7. Longe do diabetes 

Como a vitamina D estimula a produção de insulina, acredita-se que baixos níveis da substância estejam ligados ao diabetes. Uma nova pesquisa mostrou que as crianças com carência no nutriente têm uma chance 200 vezes maior de desenvolver o diabetes do tipo 1. 

Fundamental para a saúde, a vitamina D pode prevenir inúmeras doenças, inclusive as autoimunes e neurodegenerativas.

Em 1995, foram registrados mais de oito milhões de casos de doenças autoimunes, e nos Estados Unidos, um em cada 31 americanos tinha alguma deficiência de vitamina D.

Em 2010, o número de casos saltou para 30 milhões e um em cada 10 americanos possui essas enfermidades. Ficar exposto ao sol, em média, 20 minutos por dia, é essencial para adquirir essa vitamina. 

Segundo o neurologista e professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Cícero Coimbra, que conduz importantes estudos sobre o tema, a maneira mais fácil e eficaz de adquirir essa rica vitamina é tomar sol no início da manhã ou no final da tarde, quando os raios ultravioletas não estão tão fortes.

"É importante ter em mente que o resultado não é o mesmo com o sol do meio-dia, que provoca câncer de pele", orienta o médico. O especialista acrescenta que a quantidade de sol necessária para repor a vitamina depende da idade, da cor da pele e da quantidade de roupa – o ideal é vestir roupas leves, como bermuda e camiseta. 

Existem outras formas de garantir a substância. Alimentos como óleo de peixes, laticínios, gema de ovo, azeite de oliva, cereais integrais e frutas secas têm doses de vitamina D. Suplementos também são uma opção, mas só devem ser consumidos sob orientação médica.

Atualmente, a dose administrada pelos médicos é de 200 UI por dia, quando, na verdade, o ideal seriam 10.000 UI diários, ou seja, 50 vezes mais, segundo o especialista. 

Com o apoio de empresas como a Unimed ABC, por exemplo, Coimbra realiza pesquisas sobre os benefícios da vitamina D nos casos de esclerose múltipla. O especialista afirma que, além da esclerose múltipla, a substância pode prevenir doenças como 17 variedades de câncer, derrame, hipertensão, espondilite, artrite, vitiligo, diabetes, depressão, osteoporose, psicológicas, entre muitas outras. 

"Durante as pesquisas sobre esclerose múltipla, pude perceber que existem três coisas que tornam obrigatória a correção da deficiência. A maioria das pessoas que tem o problema está com níveis de vitamina D inferiores aos da avaliação normal; quanto mais baixo for o nível de vitamina D, mais grave é a doença, e a documentação de no mínimo 5 mil UI de vitamina D já provoca redução de mais de 50% das crises", finaliza Cícero. 

*Cícero Galli Coimbra é graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista em medicina interna e neurologia pela mesma instituição, e em neurologia pediátrica pelo Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, EUA. É mestre e doutor em Neurologia pela Unifesp e pós-doutorado pela Universidade de Lund, Suécia. Hoje, atua como Professor Livre Docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp, onde dirige o Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Atua na área de Medicina (Neurologia e Clínica Médica), com ênfase em doenças neurodegenerativas e autoimunes. 

FONTE

MINHA VIDA

SAUDE ABRIL

O SOBRETUDO

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