sábado, 26 de agosto de 2017

Homocisteína Baixa ou Alta


A homocisteína é um aminoácido naturalmente presente em nosso corpo como resultado de uma série de processos metabólicos. Não é possível obtê-la a partir da alimentação, uma vez que a homocisteína é produzida a partir de outro aminoácido, a metionina. Níveis alterados de homocisteína no sangue estão associados a um maior risco de ataque cardíaco, AVC, arteriosclerose e até mesmo Alzheimer.

Saiba mais sobre o que significa um resultado de exame de homocisteína baixa ou alta, e conheça maneiras de restabelecer os valores normais de homocisteina no sangue.

O que é Homocisteína?

Toda a concentração de homocisteína presente em nosso organismo é produzida a partir da metionina, um aminoácido encontrado na carne vermelha, frutos do mar, laticínios e ovos. Através da ação da vitamina B6, a homocisteína é transformada em cisteína (outro aminoácido), ou então pode ser convertida novamente em metionina com a ajuda do folato e da vitamina B12.

A cisteína desempenha importantes funções no corpo, sendo as principais a manutenção da forma e ligação celular, e também o metabolismo de diferentes metais (como o cobre, zinco e ferro). Mais recentemente, descobriu-se também que a cisteína tem atividade antioxidante e hipoglicemiante.

Exame de Homocisteína

O médico poderá solicitar um exame de homocisteína quando houver um histórico familiar de complicações cardiovasculares, ou então caso o paciente esteja nos estágios iniciais de doença cardíaca.

Os níveis de homocisteína na circulação aumentam durante a vida adulta, e tendem a ser maiores entre os homens. Em geral, a quantidade de homocisteína encontrada no soro sanguíneo de uma pessoa é influenciada diretamente pelo tipo de dieta e histórico familiar.

A homocisteína é considerada normal quando os níveis do aminoácido estão entre 4 e 15 micromol/L (µmol/l). Já a homocisteína baixa é determinada por valores abaixo de 4 micromol/L.

Por sua vez, a homocisteina alta é caracterizada por valores do aminoácido acima de 15 micromol/L.

Homocisteína Alta

Esta é a alteração mais comum no exame de homocisteína, e ocorre quando a homocisteína não pode ser convertida em cisteína, ou então não consegue ser revertida em metionina.

A homocisteína alta não causa sintomas aparentes. Ou seja, você não “sente” que está com homocisteína alta, mas esta alteração no exame pode trazer uma série de complicações:
  • Quando níveis elevados de homocisteína se acumulam no sangue, as paredes internas dos vasos sanguíneos podem ser danificadas. Esse efeito pode provocar a formação de coágulos sanguíneos e aumentar o risco de arteriosclerose (entupimento parcial ou total das artérias);
  • Há uma relação entre os níveis de homocisteína e o tamanho das artérias carótidas que fornecem sangue ao cérebro. Em geral, quanto maior a concentração do aminoácido na circulação, menor o diâmetro da artéria. Isso se traduz em uma deficiência no fornecimento de oxigênio e nutrientes para os neurônios. Ou seja: maior risco de AVC;
  • Ainda não se sabe ao certo a causa, mas cientistas já observaram que há uma relação entre a homocisteína alta e um maior risco de fraturas ósseas, sobretudo em idosos;
  • Alzheimer e outros tipos de demência são mais comuns em pessoas com homocisteína alta no sangue;
  • De acordo com pelo menos dois estudos diferentes, a enxaqueca está relacionada com homocisteína alta;
  • Homocisteína alta também está ligada à perda auditiva, degeneração macular e artrite reumatoide;
Segundo uma revisão científica de 26 estudos publicada no Mayo Clinic Proceedings Journal, para cada 5 pontos de elevação na concentração de homocisteína no sangue, há um aumento de 20% no risco de desenvolvimento de doença coronária.

Causas da Homocisteína Alta

Entre as principais causas da homocisteína alta estão as deficiências de ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12. Isso se explica pelo fato de que, como vimos anteriormente, essas vitaminas atuarem como reguladoras da concentração de homocisteína na circulação.

Algumas doenças também podem causar a homocisteína alta. São elas a homocistinúria (excesso de homocisteína no sangue), doença renal, hipotireoidismo, determinados tipos de câncer (como o de mama e o colorretal) e Alzheimer.

Outros fatores de risco para a homocisteína alta são a idade, o sexo, o consumo de bebida alcoólica e a ingestão excessiva de carne vermelha.

Homocisteína Baixa

Um exame com valores abaixo de 4 micromol/L é indicativo de homocisteína baixa. Embora níveis elevados do aminoácido estejam associados a um maior risco de complicações cardíacas, uma deficiência grave de homocisteína também requer atenção.

A redução de homocisteína causa uma diminuição na disponibilidade de cisteína. Como resultado, há uma limitação na produção de sulfato, taurina e glutationa.

Pessoas com homocisteína baixa apresentam menor potencial para combater o estresse oxidativo (devido à interferência na produção de glutationa, um poderoso antioxidante) e os danos causados pela exposição a determinadas toxinas.

Causas da Homocisteína Baixa

Baixas concentrações de homocisteína no sangue podem ser causadas pelo uso de medicamentos como antibióticos, anticonvulsivantes, tamoxifeno e pílulas anticoncepcionais.

Mais comumente, a queda é resultado do uso de suplementos de vitaminas do complexo B ou ácido fólico (este último regularmente prescrito para gestantes).

Como Baixar a Homocisteína Alta?

O tratamento para a homocisteína alta consiste em fazer alterações no estilo de vida e na dieta. Em alguns casos específicos, o médico poderá prescrever suplementos para estabilizar as taxas de homocisteína na circulação.

Mudanças alimentares: é importante reduzir o consumo de carne vermelha, ao mesmo tempo em que se aumenta a ingestão de alimentos ricos em vitaminas B12, B6 e folato.
  • Fígado, salmão, gemas, semente de abóbora, ameixas secas, feijão, lentilha e espinafre são todos alimentos que podem ajudar a reduzir os níveis de homocisteína;
  • Hábitos: reduzir o consumo de cafeína, bebidas alcoólicas, parar de fumar, praticar atividade física e baixar o peso (a obesidade está associada à homocisteína alta) são atitudes que podem ajudar a baixar a homocisteína;
  • Suplementos: o tipo e a dosagem dos suplementos para baixar a homocisteína deverão seguir orientação médica. Nos casos em que as alterações na dieta não foram suficientes para reequilibrar as taxas de homocisteína, o médico poderá sugerir o uso de ômega 3, taurina, ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12.
É importante ressaltar, porém, que profissionais da área médica não recomendam o uso de vitaminas ou outros suplementos para baixar a homocisteína como meio de prevenção contra doenças cardíacas.

Tratamento para a Homocisteína Baixa

Quando a pessoa é diagnosticada com a homocisteína baixa na circulação, o sistema imune acaba tendo dificuldades para responder adequadamente ao estresse oxidativo. Por outro lado, é importante lembrar que apenas o médico poderá definir se o seu caso exige um tratamento para homocisteína baixa. Em caso afirmativo – ou seja, em que seja de fato necessário elevar a homocisteína – o tratamento consiste em:
  • Reduzir a ingestão das vitaminas B6 e B12: enquanto a vitamina B6 está presente em grãos e cereais, a B12 é encontrada sobretudo em carnes e laticínios;
  • Diminuir o consumo de alimentos ricos em folato: espinafre, lentilha, abacate, alface.
FONTE

Leia mais http://www.mundoboaforma.com.br/homocisteina-baixa-ou-alta-o-que-e-exame-e-tratamento/#yhc29HV2GQkxwMEl.99

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