A longo prazo, a falta de estímulo à vitamina D no corpo contribui para o desenvolvimento de doenças como câncer, doenças autoimunes, como artrite reumatóide, e até hipertensão. Um menu rico em vitamina D melhora o humor, despacha quilos extras e fortalece os ossos. Alimentação saudável, com leite e derivados, com exposição adequada ao sol garantem vitamina D ao organismo. Sem a vitamina D, o corpo não consegue absorver o cálcio de maneira adequada e os ossos se tornam frágeis.
Durante o encontro anual da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, em fevereiro, pesquisadores revelaram que entre 889 pacientes adultos tratados no centro de traumatologia do Missouri em decorrência de fraturas, os níveis de vitamina D no sangue eram "insuficientes" em 78% e "extremamente insuficientes" em 39%. O grupo estudado excluiu pessoas com fatores de risco conhecidos para a deficiência de vitamina D.
Um segundo estudo, realizado por médicos em Seul, na Coreia do Sul, revelou que os níveis de vitamina D eram "significativamente mais baixos" em 104 mulheres na pós-menopausa que haviam quebrado o pulso que entre os 107 pacientes da mesma idade sem qualquer fratura.
Outras linhas de pesquisa passaram a investigar se a a vitamina D no sangue pode proteger contra doenças crônicas ou potencialmente fatais. Nos últimos anos, muitos estudos ligaram níveis baixos de vitamina D a riscos para a saúde como doenças cardíacas, pressão alta, câncer, artrite reumatode e outras doenças autoimunes, levando muitos homens e mulheres preocupados com a saúde a acreditar que suplementos de vitamina D são uma proteção.
A vitamina D (ou calciferol) é uma vitamina que promove a absorção de cálcio (após a exposição à luz solar), essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes, atua também, como recentemente descoberto, no sistema imunológico, no coração, no cérebro e na secreção de insulina pelo pâncreas. É uma vitamina lipossolúvel obtida a partir do colesterol como precursor metabólico através da luz do sol, e de fontes dietéticas. Funcionalmente, a vitamina D atua como um hormônio que mantém as concentrações de cálcio e fósforo no sangue através do aumento ou diminuição da absorção desses minerais no intestino delgado. A vitamina D também regula o metabolismo ósseo e a deposição de cálcio nos ossos.
O nome da vitamina foi criada pelo bioquímico polonês Casimir Funk em 1912, baseado na palavra em latim vita (vida) e no sufixo -amina. Foi usado inicialmente para descrever estas substâncias do grupo funcional amina, pois naquele tempo pensava-se que todas as vitaminas eram aminas. Apesar do erro, o nome manteve-se.
A vitamina D também é muito importante para crianças, gestantes e mães que amamentam, por favorecer o crescimento e permitir a fixação de cálcio nos ossos e dentes.
Além da importância na manutenção dos níveis do cálcio no sangue e na saúde dos ossos, a vitamina D tem um papel muito importante na maioria das funções metabólicas e também nas funções musculares, cardíacas e neurológicas. A deficiência da vitamina D pode precipitar e aumentar a osteoporose em adultos e causar raquitismo, uma avitaminose, em crianças.
Como fornecer vitamina D ao organismo deficiente
A exposição ao sol desencadeia a produção de vitamina D na pele. Alguns alimentos também representam uma fonte desta vitamina. O óleo de fígado de bacalhau foi utilizado também como suplemento alimentar para evitar o raquitismo, sendo hoje em dia facilmente substituível por medicamentos contendo vitamina D, mas a vitamina D da luz solar continua a ser preferível.
A vitamina D pode ser encontrada sob duas formas: o ergocalciferol (vitamina D2) e o colecalciferol (vitamina D3). O ergocalciferol é produzido comercialmente a partir do esteróide ergosterol encontrado em vegetais e leveduras, através de irradiação com luz ultravioleta. É utilizado como suplemento alimentar para enriquecimento de alimentos como o leite com vitamina D.
O colecalciferol é transformado pela ação dos raios solares a partir da provitamina D3 (7-deidrocolesterol) encontrada na pele humana. Ambas as formas D2 e D3 são hidroxiladas no fígado a 25-hidroxicalciferol e subsequentemente hidroxilada nos rins à forma biologicamente activa, o 1,25-di-hidroxicalciferol (calcitriol), que actua como uma hormona na regulação da absorção de cálcio no intestino e regulação dos níveis de cálcio em tecidos ósseos e renais.
A vitamina D é fundamental para a homeostase do cálcio no organismo. Como outras vitaminas, deve ser consumida em quantidades adequadas, evitando faltas e excessos.
A quantidade de vitamina D que um adulto precisa varia , de acordo com a idade, de 5 mg a 10 mg, chegando a 15 mg em idosos com mais de 70 anos. Poucos alimentos são considerados fontes de vitamina D, mas entre eles encontram-se a gema de ovo, fígado, manteiga e alguns tipos de peixes como a cavala, o salmão e o arenque. Embora em menor quantidade, a sardinha e o atum também têm vitamina D.
Nos Estados Unidos é obrigatório que o leite seja reforçado com vitamina D. Outros alimentos e bebidas também podem ser reforçados com vitamina D nos EUA, inclusive cereais matinais prontos para comer, produtos lácteos, bebidas à base de soja e sucos, porém são insuficientes por eles só.
Distúrbios
No fígado, a vitamina D é convertida em uma forma que pode ser transportada pelo sangue. Nos rins, essa forma é modificada para produzir hormônios derivados da vitamina D, cuja função principal é aumentar a absorção de cálcio no intestino e facilitar a formação normal dos ossos. Na deficiência de vitamina D, as concentrações de cálcio e de fosfato no sangue diminuem, provocando uma doença óssea porque não existe uma quantidade suficiente de cálcio disponível para manter os ossos saudáveis.
Esse distúrbio é denominado raquitismo nas crianças, uma doença que se manifesta com atraso no fechamento da moleira nos recém-nascidos (importante na calota craniana), desmineralização óssea, as pernas tortas e outros sinais relacionados com estrutura óssea. É denominado osteomalácia nos adultos, onde se desenvolve ossos fracos e moles.
A deficiência de vitamina D é causada sobretudo pela falta de exposição à luz solar e não tanto com vitamina D na dieta, como demonstram novos estudos independentes. Essa deficiência pode ocorrer em indivíduos idosos porque a pele produz menos vitamina D, mesmo quando exposta à luz solar, mas também pelas erradas recomendações dos medicos em aconselhar suplementos de vitamina D ao invés da exposição solar, ou pelo excesso de protetor solar.
A deficiência de vitamina D durante a gravidez pode causar osteomalácia na mulher e raquitismo no feto.
A vitamina D tem poucas hipóteses de se tornar tóxica no corpo, pois quando a pele não transforma o colesterol presente em vitamina D inativa (só e ativada no figado e rins), os raios solares naturalmente destroem a vitamina.
Alimentos que contém vitamina D
Atum fresco (90g): 3.6 mcg Sardinha fresca (100g): 5.2 mcg Sardinha enlatada (100g): 17 mcg Cogumelos (100g): 0.65 mcg Leite (1 copo): 0.17 mcg Gema de ovo (100g): 0.53 mcg Ovo de galinha (100g): 0.8 mcg Iogurte (1 potinho): 1.2 mcg
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SOL NA MEDIDA CERTA
Tomar sol na medida certa, ajuda a produzir a quantidade ideal de vitamina D. Quando o botão da calça jeans não fecha, você amaldiçoa a pizza, o brigadeiro e a coxinha. Mas é possível que a causa da gordura na sua barriga seja o que você não come. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), 77% da população da Grande São Paulo tem taxas deficitárias de vitamina D, substância que desempenha um papel crucial no fortalecimento de ossos, no combate à depressão e na eficiência do sistema imune. Novas descobertas apontaram que a letrinha também é fundamental para determinar o número da balança.
Mais D, menos kg
À diferença da maioria das vitaminas, a D pode ser produzida pelo corpo - seu combustível é o sol. O problema é que o protetor solar, essencial para prevenir rugas, manchas e, evidentemente, câncer, reduz em 90 a 99% a chance de o organismo sintetizar o nutriente. A poluição do ar também filtra uma parte dos raios UVB, reduzindo a quantidade que chega à sua pele.
Tem mais: mesmo que você não passe protetor solar, é difícil se expor aos raios certos, já que o sol que você provavelmente toma no dia a dia - o da manhãzinha e o do fim da tarde - é fraco para produzir a taxa necessária do nutriente (400 a 600 unidades internacionais por dia para uma mulher adulta).
"A idade e a cor da pele determinam a cota necessária", afirma a nutricionista Lívia Yokomizo, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. A quantidade aumenta quanto mais escura a tez e avançados os anos. Lívia recomenda no mínimo 15 minutos com braços e pernas inteiros expostos ao sol no período entre as 10 e as 16 horas para ativar a vitamina D no organismo.
Para saber se você se enquadra na estatística das mulheres que estão em falta com o composto, é preciso fazer um exame de sangue com dosagem de 25 (OH)D. Índices abaixo de 20 nmol/l são insuficientes.
Vitamina no prato
Uma maneira mais garantida e saudável de obter sua cota de vitamina D é por meio da dieta. À medida que você aumenta o consumo, sua cintura pode começar a diminuir. Isso porque cada célula do corpo - incluindo as temidas células de gordura - tem receptores da substância. Eles, por sua vez, interferem nos comandos do metabolismo de acordo com o recebimento ou não do nutriente.
No caso das células de gordura, duas ações podem ser disparadas: na falta de vitamina D, o corpo recebe a ordem de estocar gordura. Já se o nutriente chega aos receptores, é acionada a queima dessas células, estimulando o metabolismo a mandar a gordura embora.
Enquanto isso, receptores no seu cérebro precisam da letrinha para controlar a fome, assim como para elevar o nível de serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar (isso é bom, sobretudo porque dietas costumam causar mau humor). Ela ainda ajuda o organismo a absorver nutrientes essenciais para a perda de peso, como o cálcio. Falta de cálcio aumenta em cinco vezes a síntese de ácido graxo, uma enzima que converte caloria em gordura.
Num estudo de 2009 publicado no British Journal of Nutrition, obesas que encararam uma dieta de 15 semanas em que ingeriram 1 200 mg de cálcio diariamente perderam seis vezes mais peso do que as mulheres que só fizeram regime, sem tomar cálcio. Ao abastecer seu corpo com uma alimentação rica em vitamina D, você aumenta o potencial de emagrecimento em até 70%.
Para garantir a cota diária, insira o nutriente em todas as refeições. Vale trocar o leite, o suco e o iogurte por versões enriquecidas com asubstância, acrescentar peixes como anchova, arenque, atum, cavala e sardinha ao cardápio e aumentar a ingestão de ovos. Além disso, aposte nos snacks. As opções a seguir ajudam a preservar a massa muscular e incinerar gordura.
Lanches vitaminados
A dose recomendada de vitamina D para mulheres adultas é de 400 a 600 unidades internacionais (UI) por dia. As opções de lanche a seguir a ajudarão e chegar lá.
10 amêndoas sem sal + 200 ml de vitamina de frutas com aveia Sollys, Nestlé (R$ 3,49, tel. 0800 7702459) (38 UI)
1 omelete de dois ovos (56 UI)
1 sanduíche de pão integral com 1 colher (sobremesa) rasa de margarina light e 30 g de atum ralado light (conservado em água) (149 UI)
2 fatias de pão de fôrma integral + 50 g de salmão defumado + 1 colher (sopa) de cream cheese (205 UI)
1 copo (200 ml) de Ades Shake de Morango (R$ 4,40, tel. 0800 7070044) (80 UI)
1 iogurte Densia (100 g), Danone (R$ 3,64, tel. 0800 7017561), + 1 Diet Shake Barra de Cereais de Frutas Vermelhas (25 g), Nutrilatina (R$ 1,69, tel. 0800 412423) (190 UI)
FONTE
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