domingo, 29 de março de 2020

Glutamina: benefícios a saúde

 


Glutamina: benefícios para imunidade, emagrecimento e atividade física

Uma suplementação muito comum entre esportistas e indivíduos que buscam uma vida mais saudável é a glutamina. Ela é considerada um aminoácido não essencial, uma vez que pode ser sintetizada pelo organismo a partir de outros aminoácidos. Mas cada vez mais nos deparamos com um mercado crescente da suplementação voltado aos atletas e o público em geral. A literatura científica cresceu bastante, evidenciando diversos benefícios que alguns suplementos, como a glutamina, podem nos oferecer.

De fato, nas últimas décadas os estudos sobre a l-glutamina aumentaram e, com isso, o conhecimento sobre os potenciais benefícios dela à saúde humana também cresceu, como os relacionados à função intestinal, à imunidade e à performance esportiva.


Alimentos que são fontes de glutamina: ovos e soja — Foto: Istock Getty Images

Devemos compreender que a glutamina é o aminoácido mais abundante no plasma e no músculo esquelético; ela pode ser usada para a síntese de outros aminoácidos, proteínas, nucleotídeos e várias outras moléculas biológicas. Este aminoácido é o combustível mais importante para certas células imunológicas e pode ter um efeito especial sobre a estimulação imune.


Efeitos sobre o sistema digestivo

É preciso entender um pouco sobre a barreira da mucosa intestinal para compreender como a glutamina atuará nela. É uma camada de células de revestimento do intestino que atua como uma barreira seletiva, permitindo o transporte de nutrientes dietéticos essenciais, eletrólitos e água do lúmen intestinal (espaço interno do intestino) para a circulação sanguínea e impedindo a passagem de substâncias nocivas ou indesejadas, como microrganismos e suas toxinas.

A integridade da barreira intestinal é essencial para a absorção de nutrientes e para a saúde em seres humanos e animais.

Alimentação desequilibrada, estresse, infecções e doenças imunológicas são exemplos de fatores que podem desregular esta barreira intestinal, aumentar a sua permeabilidade e se associar a múltiplas doenças como alergia alimentar, doença inflamatória intestinal, doença celíaca, síndrome do intestino irritável e diabetes 1.

Estudos recentes evidenciaram um papel crítico para a glutamina na mucosa intestinal. Foi relatado o aumento do crescimento intestinal, promoção da proliferação e da sobrevivência das células intestinais e regulação da função da barreira intestinal em situações de lesão, infecção, estresse e outras condições catabólicas. Ela também é capaz de regular o metabolismo de bactérias intestinais, o que se espera ter profundos impactos sobre a saúde do intestino e de todo o corpo. Evidências crescentes apoiam a ideia de que a glutamina é um aminoácido nutricionalmente fundamental para neonatos e para adultos.

Efeitos sobre imunidade

Células do sistema imunológico, como linfócitos, neutrófilos e macrófagos, utilizam glutamina em condições catabólicas, como sepse, recuperação de queimaduras ou cirurgia e desnutrição, bem como exercícios físicos de alta intensidade /volume, sendo considerada um "combustível" para o sistema imunológico, em que a baixa concentração sanguínea pode prejudicar a função das células imunes.

A barreira intestinal, quando normal, responde à invasão de bactérias principalmente através do anticorpo chamado IgA, secretado pelo tecido imunológico associado ao intestino. O IgA é secretado no trato intestinal e possui a capacidade de impedir a aderência de bactérias na mucosa, que é a etapa inicial e pré-requisito para colonização e invasão de bactérias. Produção anormal de lgA devido à invasão patológica, exposição ao estresse ou perturbação dos componentes do tecido imune prejudicará a mucosa, levando à translocação bacteriana e à perda da integridade da barreira.

Um estudo de 1988 (Grant e Snyder) relatou que o uso parenteral de glutamina (administrada por via endovenosa) reverteu a diminuição da produção de IgA, sugerindo um papel crítico da glutamina na função imune intestinal. Estudos posteriores confirmaram que a administração de glutamina melhora a função da barreira intestinal e reduz a translocação bacteriana.

Efeitos na perda de peso



Suplemento de glutamina pode potencialmente melhorar o desempenho atlético
devido ao aumento da massa muscular — Foto: Istock Getty Images

É sabido que a microbiota intestinal desempenha um papel importante na modulação dos sistemas digestivo, endócrino e imunológico. Estudos têm mostrado que a microbiota de indivíduos com sobrepeso e obesos possui proporções diferentes dos tipos de bactérias (proporção significativamente maior de Firmicutes e menor proporção de Bacteroidetes) e esta alteração da diversidade bacteriana pode levar a consequências negativas, incluindo inflamação intestinal, alergias, infecção, câncer e distúrbios gastrointestinais.

Portanto, é necessário saber como restaurar este equilíbrio bacteriano e um dos manejos estudados atualmente é a suplementação de glutamina.

Um estudo que analisou a suplementação de glutamina em animais obesos evidenciou que esta foi capaz de alterar a microbiota, diminuindo a razão Firmicutes/Bacteroidetes. Foi sugerido que os efeitos da suplementação oral com glutamina na microbiota intestinal são semelhantes aos observados na perda de peso. Portanto, ela pode ser uma aliada na restauração da microbiota e, consequentemente, na perda de peso.


Efeitos na performance esportiva

Quando falamos de performance temos que levar em consideração desempenho aprimorado, recuperação acelerada e dano muscular reduzido. Tem sido frequentemente sugerido por vários estudos que suplementos nutricionais podem aumentar o desempenho atlético e este está altamente relacionado à função muscular e síntese proteica muscular.

Alguns estudos excelentes têm mostrado que a suplementação de glutamina pode aumentar o glicogênio (reserva energética), ter efeitos anticatabólicos e aumentar a absorção de água e eletrólitos. Foi demonstrada uma relação direta entre os níveis livres de glutamina no músculo e a síntese proteica muscular, sustentando o efeito anabólico da suplementação com glutamina, a qual pode potencialmente melhorar o desempenho atlético devido ao aumento da massa muscular.

Onde encontrar a glutamina?

Existem fontes de glutamina animal, como queijos, ovos, salmão e carne de vaca, e fontes vegetais, como a soja (principal fonte vegetal), milho, tofu, grão de bico e lentilha. Pode ser ainda consumido na forma de suplemento nutricional sempre com orientação do médico ou nutricionista.



Por Guilherme Renke
Médico endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Médico do Esporte Titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

sexta-feira, 20 de março de 2020

Cobalamina


As vitaminas e minerais são substâncias essenciais para a nossa vida. Elas trabalham em conjunto para a realização de uma infinidade de reações cruciais para a manutenção do metabolismo, além de participar da produção de outros compostos importantíssimos. Porém, afinal, para que serve a vitamina B12?

Normalmente, ouvimos falar de uma grande variedade de vitaminas essenciais para o nosso organismo, mas nem sempre conseguimos distinguir uma da outra. Muitos dizem que a B12, por exemplo, é uma das mais importantes — mas não sabemos exatamente para quê ou o porquê.

Ela é alvo de uma série de polêmicas, especialmente entre vegetarianos e veganos, e a sua deficiência é extremamente comum, mesmo entre pessoas que consomem carnes com uma certa frequência. Por isso, saber identificar as suas particularidades e conhecer a sua importância é fundamental para a manutenção da saúde.

Para conhecer melhor sobre o assunto e poder ter mais atenção na hora de montar sua dieta, confira o post a seguir e aprenda mais sobre a vitamina B12 e todos os seus benefícios!

O que é a vitamina B12?

A vitamina B12, como o próprio nome indica, faz parte do complexo B. Ela também é conhecida como cobalamina ou cianocobalamina — isso pois conta com o mineral cobalto em sua composição, além do cianeto. Ela tem uma cadeia muito longa e é a mais complexa de todas.

Ela é uma vitamina extremamente biodisponível, ou seja, que é facilmente metabolizada e absorvida pelo nosso organismo. Essa absorção, por sua vez, ocorre no íleo, uma das porções do intestino delgado. A metabolização dessa substância, no entanto, se dá no fígado, enquanto a sua excreção é feita pelos rins.

A B12, além de agir como uma vitamina, também atua como coenzima. Ou seja, ela participa de uma série de reações como catalisadora, alterando a velocidade de tais reações e tornando-as muito mais ágeis.


Como muitos outros exemplares do complexo B, a vitamina B12 tem importantes funções biológicas. Entre elas, podemos citar a saúde dos sistemas nervoso e cardiovascular. Ela é, portanto, essencial para uma vida saudável e com muita qualidade.

Como ela é sintetizada e absorvida?

Ao contrário de algumas vitaminas, como a D, a B12 não é sintetizada pelo organismo dos animais ou dos seres pertencentes ao reino vegetal. Ela é produzida com a ajuda de microrganismos, como bactérias, que a produzem e a partir daí, ela se torna biodisponível para os outros seres vivos a partir da alimentação.

Nos seres humanos, a absorção dessa substância é iniciada na mastigação, com a atuação direta da saliva na quebra de suas moléculas. A partir daí, ela vai sendo quebrada até chegar ao intestino delgado, onde a maioria da B12 é absorvida graças ao rompimento das ligações pelo líquido secretado pelo pâncreas.

Lá, outras proteínas se unem a essa vitamina, formando as coenzimas e outras formas utilizáveis da substância, que seguirá o seu caminho na formação de estruturas responsáveis pela realização de reações e do funcionamento do organismo.

Qual é, afinal, a importância da vitamina B12?

Como outras vitaminas do complexo B, boa parte da importância da B12 está justamente na sua atuação direta sobre o sistema nervoso, protegendo estruturas importantes para o funcionamento de nossos neurônios.


Apesar disso, a sua importância está diretamente relacionada ao bom funcionamento do organismo como um todo, sobretudo ao sistema sanguíneo e cardiovascular. Portanto, é recomendável que o seu consumo não seja deixado de lado: tais funções são vitais.

Além disso, tais vitaminas participam da transformação da glicose consumida pelos seres humanos em energia. Por isso, a falta dessa substância no organismo é responsável por deixar as pessoas improdutivas e com uma sensação frequente e constante de cansaço.

Quais são as funções dessa vitamina em nosso organismo?

Algumas funções da vitamina B12 no corpo humano ainda estão sendo estudadas, como a possibilidade de atuar na prevenção da depressão e da degeneração cerebral. Contudo, existem muitos outros benefícios já comprovados. Veja alguns deles a seguir:

Formação das células vermelhas do sangue

O nosso sangue é formado por diversas estruturas, entre elas o plasma e os glóbulos vermelhos. Esses, por sua vez, são responsáveis pela oxigenação de nossos tecidos, graças à aderência do oxigênio ao pigmento que confere a coloração vermelha ao sangue: a hemoglobina.

As células vermelhas — ou hemácias — dependem muito da vitamina B12 para que se formem e maturem. Caso contrário, há uma disfunção, elas aumentam indefinidamente e ficam com um volume desproporcional.

Desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso central

Nosso sistema nervoso é um dos mais complexos e admiráveis de todo o organismo. Nele, ocorrem milhões de reações por segundo, que fazem com que possamos realizar as nossas atividades cotidianas. Ele é composto por estruturas como os neurônios, que contêm a bainha de mielina, fundamental para o funcionamento de nosso corpo.

Sem a cobalamina, é bem provável que ocorra o processo de desmielinização: o desgaste da mielina. Esta substância é quem cobre e protege os nervos, assim, eles ficam mais vulneráveis e podem ter suas atividades comprometidas.

Preservação e reparação do DNA

Todas as estruturas de nosso organismo são formadas com a atuação do código genético. O DNA é traduzido e a partir das informações obtidas, são produzidas proteínas essenciais para a formação e execução de reações que mantém a vida.

O consumo da vitamina B12 leva a um risco de quebra dos cromossomos que compõem todo o DNA de uma pessoa. Esse fato é diretamente relacionado ao câncer, além de muitos outros problemas potencialmente graves.

Absorção e ativação de vitaminas

As vitaminas e minerais são fundamentais para o funcionamento de nosso corpo. Afinal, é a partir deles que as reações químicas e físicas ocorrem no organismo, garantindo o seu equilíbrio (processo também conhecido pelo nome de homeostase).

A vitamina B12, além de ser ela mesma essencial, ajuda diretamente na absorção de muitos nutrientes e na ativação de outras substâncias, que garantem o funcionamento adequado de todos esses compostos.

E então, para que serve a vitamina B12?

Agora que já conhecemos, de modo mais técnico, algumas das atuações da vitamina B12 no organismo, fica a pergunta: para que, afinal, ela serve? A seguir, conversaremos sobre as suas funções diretas e consequentes para o dia a dia de nosso corpo. Vamos lá?

Melhora do condicionamento físico

A vitamina B12 ajuda diretamente na oxigenação do corpo a partir da produção de hemácias e também favorece a saúde dos neurônios. Por isso, ela é responsável por auxiliar na melhora do condicionamento físico dos seres humanos.

Auxilia na saúde do sistema circulatório

Como vimos anteriormente, a B12 trabalha diretamente sobre o sistema circulatório, atuando de muitas maneiras diferentes. Ela auxilia na produção de hemácias e faz com que as artérias e veias se tornem muito mais saudáveis.

Ajuda na produtividade e na disposição

Além de ajudar na melhora do condicionamento físico, a oxigenação e o melhor funcionamento dos neurônios faz com que os indivíduos que têm bons níveis de B12 sejam muito mais produtivos e tenham uma disposição superior para enfrentar os obstáculos do dia a dia.

Aumenta os níveis de colesterol bom

Há dois tipos de colesterol em nosso organismo, o bom (HDL) e o ruim (LDL). Essa substância é crucial para a nossa vida e a boa notícia é que níveis adequados de B12 ajudam na manutenção do equilíbrio do tipo HDL (de alta densidade).

Melhora o sono

Infelizmente, uma boa parte da população lida diariamente com problemas para dormir bem. Por isso, para os que sofrem com insônia e outros problemas, é recomendado caprichar no consumo de produtos ricos em B12 e sempre fazer exames para acompanhar de perto os seus níveis.

Estabiliza o humor

Por fim, todos esses benefícios e funções contribuem para um fim: ajudar os seres humanos a terem uma vida muito mais saudável. Com isso, é possível conseguir a estabilização do humor, evitando oscilações constantes ao longo do dia.

A deficiência da vitamina B12 traz riscos para a saúde?

Você se lembra da palavra homeostase? Esse termo é responsável por designar o equilíbrio de nosso organismo. Quando se encontra nesse estágio, o corpo está funcionando da melhor maneira possível: ou seja, todas as reações ocorrem tranquilamente e se completam, garantindo a saúde e qualidade de vida necessária para o ser humano.

No entanto, quando há a falta de alguma das vitaminas essenciais, esse equilíbrio pode ficar severamente comprometido. Com a B12, evidentemente, isso não é diferente. A seguir, veremos algumas das consequências mais comuns dessa deficiência:

Demência

Embora muitas pessoas associem a demência à perda de memória, essa doença traz outros sinais muito características, como: falta de coordenação motora, dificuldades de locomoção e na fala etc.

Esse problema é causado por uma série de fatores. Apesar de a deficiência não ser o principal deles, é inegável que a degeneração de estruturas como a mielina pode comprometer severamente as habilidades cognitivas.

Depressão

Os problemas com a oxigenação cerebral e a má formação de suas estruturas pode fazer com que os pacientes com deficiência de B12 tenham uma tendência maior a desenvolver um quadro depressivo.

Além disso, a falta de energia causada pelo déficit pode ser facilmente confundida com essa doença ou até mesmo causá-la, já que o indivíduo não consegue realizar as suas atividades e passa a se sentir incapaz e a se isolar.

Anemia

As anemias causadas por deficiências vitamínicas são conhecidas como megaloblásticas. No caso da originada a partir da deficiência de B12, ela é chamada de anemia perniciosa.

Ela ocorre graças à baixa na produção de hemácias, o que leva a uma diminuição drástica dessa estrutura no organismo. Assim, há sintomas como a falta de ar, unhas e lábios roxos, diminuição da capacidade de concentração e outros.

Acidentes

Os problemas na coordenação motora e o mal-estar causado pela deficiência de B12 podem facilitar a ocorrência de acidentes dos mais variados graus, desde quedas até problemas mais sérios, como acidentes na estrada.

Isso é causado principalmente pelo desequilíbrio e a sensação de visão turva, mas fatores como a desatenção causada pela deficiência também podem ser determinantes nesse caso.

Trombose

A trombose é um problema causado pelo entupimento de veias e artérias. A sua relação com a B12 está na falha da produção de metionina, causando um excesso de homocisteína no organismo.

Essa substância faz com que as paredes das veias e artérias fiquem rígidas, perdendo a elasticidade natural. Assim, o acúmulo de placas (causadas, por exemplo, pelo colesterol ruim) pode fazer com que coágulos surjam.

Assim, é fácil perceber que manter os níveis de B12 saudáveis é uma forma de prevenção de todos esses problemas. Além desses, a falta dessa vitamina pode ocasionar o infarto do miocárdio, problemas na medula óssea (que podem até mesmo levar ao fim de seu funcionamento) e também ao enfraquecimento progressivo do sistema imunológico.


Quais são os sinais mais comuns da deficiência dessa vitamina?

Como vimos, muitos problemas podem ser causados pela falta de B12 no organismo. Cada um deles trará sintomas muito específicos, mas, ainda assim, alguns sinais são bastante comuns até mesmo às deficiências mais leves.

Outro ponto muito importante é o fato de que, infelizmente, essa deficiência pode ser silenciosa muitas vezes, especialmente no começo do problema. Por isso, é fundamental estar sempre atento aos sinais mais comuns, que podem se manifestar de forma sutil. Entre os mais conhecidos, estão:

anemia;
fadiga e indisposição;
tonturas frequentes ao fazer algum esforço;
dificuldade de concentração e memorização;
alucinações e desordens mentais;
problemas na coordenação motora;
icterícia (pele amarelada);
formigamento;
inflamações na boca, estômago e intestino;
falta de ar;
mucosas e unhas arroxeadas;
pele pálida;
dificuldades motoras, de equilíbrio e coordenação;
depressão.

A falta desta importante vitamina, portanto, altera a nossa qualidade de vida — tanto no aspecto físico quanto no psicológico. Há a possibilidade de outros problemas ainda mais graves apareceram, como ataques cardíacos, infartos e até paralisia.

Na verdade, esta deficiência é uma realidade bastante comum na população. Portanto, vale a pena manter o acompanhamento médico e os exames em dia, para evitar que as carências nutricionais possam afetar o seu bem-estar no dia a dia.

Há algum risco no excesso de vitamina B12 no organismo?

É possível, na ciência, separar as principais vitaminas em grupos distintos, levando em consideração as suas características mais marcantes. Uma das divisões mais comuns é em lipossolúveis (solúveis em gordura) e hidrossolúveis (solúveis em água).

Quando em excesso, algumas substâncias podem trazer uma série de malefícios para o organismo, devido ao seu potencial tóxico. Esse problema é muito mais comum e recorrente quando falamos sobre aquelas do grupo das vitaminas lipossolúveis. Isso ocorre porque o excesso de substâncias fica armazenado nos lipídeos e não dificilmente metabolizados e excretados.

As vitaminas lipossolúveis são: A, D, E e K. Por conta disso, podemos incluir todos os exemplares do complexo B no segundo grupo, o das substâncias que são solúveis em água.

Dessa forma, é possível afirmar que o excesso de B12 é mais improvável, pois o próprio organismo trata de remover as quantidades não utilizadas. O exagero será um problema para pessoas com problemas renais — devido à sobrecarga dos rins — ou em caso de alergias.

Para a maioria das pessoas, o excesso não será um problema. A vitamina B12 ou é excretada pelos rins ou armazenada na região do fígado, sendo posteriormente utilizada quando o corpo julgar que é necessário.


Quais são as principais fontes de vitamina B12?

Normalmente, é recomendável que o consumo dessa vitamina seja de cerca de 3 microgramas por dia. Contudo, certamente, essa quantidade pode variar de acordo com cada pessoa — e fatores como idade ou condição física.

As principais fontes da B12 são os alimentos de origem animal e, por isso, há maiores chances dos vegetarianos precisarem de suplementação.

Algumas opções ricas no nutriente são:
peixes de águas frias (salmão, atum, truta etc.);
carnes bovinas e suínas (com destaque para o fígado de boi);
ostras;
ovos;
leites e derivados.

É importante que a dieta seja o mais variada e saudável possível, para evitar os sintomas e complicações das carências nutricionais. Inclusive, mesmo consumindo os alimentos indicados, podem ocorrer problemas de má absorção — que também dificultam o funcionamento pleno do organismo.

Algumas das interações que prejudicam sua absorção são, por exemplo, o álcool e o tabaco. Em vista disso, é fundamental que um profissional da saúde possa acompanhar cada caso para indicar as melhores soluções para o paciente em questão!


Qual é a relação dessa vitamina com o vegetarianismo?

Como vimos anteriormente, as principais fontes de vitamina B12 na natureza são aquelas provenientes do reino animal, como as carnes e os laticínios. Por conta disso, é muito comum que vegetarianos (e também os veganos, aqueles que não consomem qualquer tipo de ingrediente de origem animal) sejam os mais atingidos pela deficiência de B12 no organismo.

Isso, é claro, não é uma regra. Há muitos veganos que apresentam excelentes níveis dessa substância na corrente de sanguínea, enquanto inúmeras pessoas que consomem ingredientes animais com frequência sofrem com a deficiência de B12.

No entanto, é inegável que vegetarianos precisam ter uma atenção extra com essa vitamina. Para isso, exames periódicos devem ser realizados para garantir que os níveis estão dentro dos considerados adequados. Além disso, é necessário afirmar que esses níveis podem variar muito de pessoa para pessoa.

Por conta disso, é sempre recomendado que pessoas que seguem dietas restritivas busquem o auxílio de profissionais realmente qualificados e que saibam interpretar corretamente os exames laboratoriais e prescrever o melhor tratamento para esse problema.

Normalmente, a suplementação é feita a partir de injeções de B12, especialmente nos casos mais graves de deficiência. A manutenção e o controle do déficit podem ser feitos com o consumo diário (ou em frequência mais espaçada, de acordo com o critério médico) de cápsulas.

Agora que você já sabe para que serve a vitamina B12, conhece toda a sua importância e sabe onde encontrá-la, não deixe de monitorar de perto os níveis dessa substância em sua corrente sanguínea. Afinal, esse cuidado é crucial para que você esteja sempre saudável e esbanje produtividade e energia em todos os setores de sua vida!

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quinta-feira, 19 de março de 2020

Ácido Fólico


Conhecido como folato ou vitamina B9, ele não é só indicado às gestantes para prevenir a malformação fetal. Na verdade, suas propriedades beneficiam a todos:

Faz bem ao cérebro

Idosos tendem à deficiência de folato que se relaciona à demência e problemas cognitivos. Estudos em fase inicial associam níveis elevados de homocisteína e Alzheimer, além de correlação entre baixa concentração da substância e a função cognitiva prejudicada e maior risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Uma dieta equilibrada e eventual suplementação poderiam reduzir o risco dessas doenças.


Cabelos, unhas e pele saudáveis

Todas as vitaminas do Complexo B, incluindo o folato, têm papel essencial na saúde de pele, unhas e cabelos. A vitamina estimula o crescimento de unhas e cabelos, combate a acne e a dermatite. A pele responde positiva mente apresentando mais brilho. A oleosidade também fica sob controle. O folato ainda protege contra o câncer de pele causado pela radiação ultravioleta.


Protege o sistema circulatório

O folato se combina com as vitaminas B6e B12 formando uma coenzima que reduz os níveis de homocisteína, um aminoácido presente no organismo que, em excesso, afeta o sistema circulatório e coração de forma negativa. Altos níveis do aminoácido endurecem os vasos, elevando a pressão arterial. Há evidências de que a vitamina B protege contra o acidente vascular cerebral (AVC).

Blinda contra o câncer

A Sociedade Americana de Câncer declarou que a vitamina previne a progressão da doença. O estudo forneceu dados para apoiara hipótese de que a insuficiência de ácido fólico seja um fator de risco para a ocorrência de tumores malignos.


Afasta a depressão

Pouco folato no organismo tem sido associado ao problema e à pouca resposta aos antidepressivos. O ácido fólico não substitui a terapia antidepressiva tradicional, mas pode ser útil como coadjuvante. Há indícios de que ele age como cofator na produção de serotonina, um Neurotransmissor que garante o bom humor.

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sexta-feira, 6 de março de 2020

Benefícios medicinais e alimentares do chichá


Uma pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) identificou potenciais funcionais na fruta chichá (Sterculia striata), uma espécie de amendoim mais conhecida como amendoim-de-pau ou amendoim-de-macaco.

O estudo foi desenvolvido pela pesquisadora Sarah Prates, durante o seu mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenado pela professora Maria das Graças Lins Brandão.

O objetivo foi avaliar o potencial bioativo das amêndoas do chichá, com intenção de aproveitar o fruto como alimento funcional e disponibilizar mais informações e conhecimentos para a sociedade.

A planta estudada foi coletada na região de Januária, no Norte de Minas Gerais, área de proteção Ambiental Rio Pandeiros. Já os experimentos foram realizados na própria UFMG. Durante o desenvolvimento do estudo, os pesquisadores encontraram no chichá a presença de rutina – um composto bioativo que está entre os antioxidantes naturais mais eficazes.

“A rutina possui ação oxidante, anti-inflamatória, antiviral e anticancerígena. Algumas análises já demonstraram seus efeitos benéficos no tratamento de várias doenças, incluindo hepatotoxicidade, doenças gastrointestinais e diabetes”, afirma Sarah.

A pesquisadora ainda lembra que há estudos em animais que sugerem que a rutina é um fármaco eficiente no tratamento da isquemia encefálica e da doença inflamatória intestinal.


Além dessa substância, no óleo extraído da amêndoa do chichá também foi encontrada uma predominância de ácidos graxos insaturados, que, ao serem consumidos, podem ser convertidos em energia para o corpo humano.



Sarah Prates reforça que a pesquisa é significativa porque, além de disponibilizar informações importantes sobre a fruta, que é pouco conhecida, foi possível caracterizá-la como um alimento com potencial funcional. Além disso, pode ser uma maneira de resguardar a planta.

“O mais importante deste estudo é poder, através dos resultados alcançados, disponibilizar informações e conhecimento que possam contribuir para a preservação e conservação desta planta. Considerando, principalmente, que é uma nativa do nosso País e, infelizmente, está ameaçada de extinção”, afirma. No entanto, mais estudos devem ser realizados com a fruta e com o seu óleo para avaliar os efeitos do seu consumo e o impacto nutricional.

A fruta – O chichá é uma árvore que pode chegar a até 20 metros de altura, tendo flores vermelhas. Seus frutos são uma espécie de cápsula verde, que fica vermelha quando madura. Ao amadurecer, esse invólucro se abre e expõe partes comestíveis, são semelhantes a amêndoas de cor preta.



A fruta está distribuída em todas as regiões do Brasil, principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica e com exceção da região Sul. Segundo a pesquisadora, os moradores da região em que foram coletadas amostras relataram consumir a amêndoa in natura e torrada, mas ainda não há um cultivo agrícola da planta na área. (Com informações da Agência Minas)