Frente as inundações que estão ocorrerendo em todos os cantos do mundo é hora de levar à sério os avisos sobre o futuro que a natureza nos reserva. Várias cidades localizadas ás margens de rios, em encostas, morros, ou seja, em áreas consideradas de riscos, vem sofrendo com a ocorrência de desastres associados aos fenômenos climáticos. É seca, chuva, neve, tempestade, granizo, tornado, vento. Trágicas conseqüências do processo de continua e crescente intervenção humana.
Sabe-se que com o processo de urbanização há a impermeabilização do solo e aumento de escoamento por canais, produzindo aumento nas vazões máximas; há também a desorganização na implantação da infra-estrutura urbana, com obstáculos que podem obstruir o escoamento; além do processo de formação de ilhas de calor em áreas urbanas que produzem precipitações intensas, agravando a situação das inundações... causando desmoronamentos das encostas, enchentes, prejuízos sócio-econômicos, doenças, mortes.
O Ministério da Saúde emitiu na segunda-feira (24) uma série de dicas sobre os cuidados que as vítimas das enchentes devem ter nos quesitos alimentação, animais peçonhentos e leptospirose
25/01/2011 - (Redação AgoraVale)
"O cuidado com a alimentação é uma das principais medidas para proteger a saúde durante e depois da ocorrência de enchentes", diz o Ministério. Para isto, não são recomendados nestas situações, os alimentos frescos, uma vez que podem se deteriorar com mais facilidade. A dica é observar os alimentos pela cor, cheiro e aspecto fora do normal (úmidos, mofados, murchos etc). Os que estiverem fora do normal, devem ser descartados.
Um alerta importante é que os únicos alimentos que tiveram contato com as águas das enchentes e que podem ser consumidos, são os industrializados e embalados em vidro, lata, a vácuo ou em caixa tipo "longa vida", que estejam lacrados e dentro da validade. Para consumí-los, é preciso lavar as embalagens com hipoclorito de sódio (2,5%) diluído em água.
A água a ser ingerida também deve receber atenção. Ela deve ser filtrada (pode-se utilizar um filtro doméstico, um coador de papel ou um pano limpo) e depois fervida.
Quanto aos animais peçonhentos, que com as enchentes procuram abrigos dentro das casas, é preciso ter cuidado.
O Ministério da Saúde indica que "durante as atividades em locais afetados pelo desastre natural, recomenda-se utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida. Além disso, é preciso cuidado na limpeza da casa, como o deslocamento de móveis e outros objetos, pois pode haver serpentes, escorpiões e aranhas nas frestas, superfícies ou cantos".
A dica é que caso encontre algum desses animais, a pessoa deve se afastar com cuidado, evitando assustar ou tocar no animal.
Caso haja acidente, as recomendações são: procurar atendimento médico imediatamente; lavar o local da picada com água e sabão, e manter a vítima em repouso até a chegada ao socorro, se possível; não amarrar a parte do corpo acidentada, e não sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada; informar ao profissional de saúde o máximo possível de características sobre o animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.
Já a leptospirose, doença causada pela urina dos ratos e uma das mais comuns em casos de enchente, pode ser evitada da seguinte maneira: evitar contato com a água e a lama das enchentes ou esgoto; lavar e desinfetar com água sanitária as moradias antigidas pelas águas; manter limpos os terrenos e casas.
Não deixem as crianças brincarem em lugares aonde existam águas de enchente. Lave freqüentemente as mãos das crianças, sempre antes de comer e não deixe que elas brinquem com brinquedos contaminados pelas as águas da enchente...
CUIDADOS BÁSICOS
As enchentes aumentam os riscos de contágio de doenças como a leptospirose, a hepatite e diarréias agudas. Nas enchentes o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contamina e, por isso, uma das primeiras providências deve ser a de desinfetar os reservatórios de água, mesmo quando não tenham sido atingidos diretamente pelas águas da enchente. O motivo é que a rede de distribuição de água pode apresentar vazamentos que permitem a entrada de água poluída, contaminando os reservatórios domésticos.
QUALIDADE DA ÁGUA
Preste atenção aos avisos das autoridades sobre a segurança no abastecimento de água municipal. Quando as águas da enchente baixarem, deve ser realizado o controle de qualidade da água assim como a desinfecção dos poços e caixas d’águas das casas residências.
Água para Beber e Cozinhar
A água engarrafada de procedência conhecida ( dentro da validade para consumo), água fervida, clorada ou filtrada é a água que pode ser bebida sem perigo de contrair doenças.
Cuidados com a água para beber e cozinhar:
• Não use água que tiver tido contato com água de enchentes para lavar pratos, escovar os dentes, lavar e preparar alimentos ou fazer gelo.
• Enquanto não for liberado o consumo da água da rede pública, beba somente água engarrafada, fervida ou clorada.
• Antes de ser consumida procure saber onde está localizada a fonte da água engarrafada. Se tiver dúvidas, a água mesmo sendo engarrafada deve ser fervida ou clorada antes de consumida. Veja na tabela 1 a proporção do cloro na água.
• Ferver a água mata as bactérias e os parasitas. Um minuto em fervura mata a maioria dos microorganismos.
Procedimento para Limpeza da Caixa d’água e/ou de Cisternas
• Esvaziar a caixa d’água, fechando o registro de entrada de água e abrindo as torneiras e os chuveiros;
• Lavar a caixa d’água esfregando bem as paredes e o fundo;
• Encher a caixa d’água com água limpa;
• Adicionar 1 litro de água sanitária (alvejante) para cada 1000 litros de água na caixa;
• Aguardar 4 (quatro) horas e esvaziar novamente a caixa utilizando esta água para lavar o chão e as paredes da casa;
• Encher novamente a caixa.
OBS.: Para beber ou lavar alimentos esta água deve ser fervida ou clorada.
Como fazer a Cloração da Água
Na cloração de água utilizar a quantidade de solução de hipoclorito de sódio 2,5%, conforme o volume de água na caixa ou cisterna, ver na tabela 1:
Tabela 1 – Cloração da Água da Caixa ou da Cisterna
Volume de Água - 1000 litros
Quantidade de Solução Hipoclorito de Sódio 2,5% - 100 ml
Medida Prática - 2 copinhos de café descartáveis
Tempo de Contato - 30 minutos
Volume de Água - 200 litros
Quantidade de Solução Hipoclorito de Sódio 2,5% - 20 ml
Medida Prática - 1 colher de sopa ou duas de sobremesa
Tempo de Contato - 30 minutos
Volune de Água - 20 litros
Quantidade de Solução Hipoclorito de Sódio - 2 ml
Medida Prática - 1 colher de chá
Tempo de Contato - 30 minutos
Volume de Água - 1 litro
Quant. de Solução Hipoclorito de Sódio - 0,045 ml
Medida Prática - 2 gotas
Tempo de Contato - 30 minutos
A Secretaria da Saúde alerta a população para tomar cuidado com as águas de enchentes, alagamentos e formação de locais enlameados, pois podem favorecer o aparecimento de leptospirose. A doença é causada por uma bactéria presente na urina de ratos que, com as chuvas, se mistura às águas de valetas, lagoas e cavas. Essa bactéria penetra no corpo humano através de pequenos ferimentos na pele. Para evitar casos da doença, a população deve tomar alguns cuidados em caso de contato com água contaminada.
O período de incubação da doença é, em média, de sete a 14 dias após o contato com a água contaminada. Assim, a doença só poderá ser detectada com maior segurança com a realização de exames laboratoriais feitos uma semana depois do início dos sintomas, quando o médico deve ser procurado, para poder iniciar o tratamento precocemente.
Os primeiros sinais da doença são febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha (barriga da perna), cansaço e calafrios. Também são freqüentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação. É comum que os olhos fiquem amarelados. Em algumas pessoas os sintomas reaparecem após dois ou três dias de aparente melhora, podendo evoluir para um quadro grave de insuficiência renal e respiratória.
**Antes do período das grandes chuvas, devem ser restauradas as tubulações danificadas das águas pluviais e da rede de esgoto e, os canais efluentes devem estar com margens limpas e desobstruídas.
**Desassoreamento e limpeza dos córregos, canalização de cursos de água e aterro e/ou drenagem de lagoas e demais coleções de águas paradas, visando prevenir a ocorrência de enchentes.
FONTE
ambientebrasil
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