domingo, 29 de maio de 2016

Alimentação Saudável na Infância




Pensando na minha linda neta e nas diferentes experiências gustativas que ela deve ter para apreciar uma alimentação saudável e evitar uma alimentação excessivamente calórica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), preconizam o Aleitamento Materno Exclusivo, durante os primeiros seis meses de vida, ou seja, a criança deve receber somente o leite materno e nenhum outro líquido ou sólido, com exceção apenas para medicamentos.

O leite humano (LH) fornece para a criança até os seis meses de vida os nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas, lipídios, água) de forma suficiente em quantidade e em qualidade e com segurança microbiológica.

O tempo em que a desnutrição das crianças envergonhava o País está perto do fim. Não que tenhamos virado esta página critica da história: 6% das crianças com menos de 5 anos ainda apresentam déficit de altura, mas em 2006-2007 havia 7,1%. A medida da altura é uma das formas de quantificar a desnutrição, revela o atraso no crescimento ocorrido em alguma fase desde a gestação, com maior ênfase nos dois primeiros anos de vida. 


Na década de 1970, o déficit de altura atingia 29,3% das crianças na faixa dos 5 aos 9 anos; hoje, essa porcentagem caiu para 7,2%. Por razões óbvias, esses números são maiores nas regiões Norte e Nordeste e nas famílias de renda mais baixa.

Ao contrário da escassez de alimentos que martirizava parte da população, o desenvolvimento e a distribuição de renda um pouco menos perversa trouxeram para os brasileiros um problema característico dos países mais ricos, a obesidade infantil.


Segundo o IBGE, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está com excesso de peso e 14,3% são obesas. Nos últimos 35 anos o excesso de peso na adolescência aumentou seis vezes. Na faixa de 10 a 19 anos ele já atinge 21,5% da população. Esses números são assustadores, porque a probabilidade de uma criança gordinha tornar-se adulto obeso é de 90% .


As causas do aumento da prevalência de obesidade na infância têm sido atribuídas ao consumo de alimentos de elevado teor calórico e à falta de atividade física. É lógico que a oferta sem-fim de doces, biscoitos e chocolates anunciados o tempo todo pela mídia, as horas de inatividade diante da tevê e do computador e a violência nas cidades modernas conspiraram para reduzir o gasto energético da criança de hoje, mas há outros fatores envolvidos.


Esses fatores incluem o ganho excessivo de peso materno durante a gravidez, o fumo durante a gestação, a amamentação por período menor do que o recomendado e a diminuição do número de horas de sono na infância.

Ao redor da 15ª semana da vida fetal surgem as primeiras células especializadas em armazenar gordura, os adipócitos. No decorrer do primeiro ano de vida, os adipócitos praticamente não se multiplicam, apenas crescem e se enchem de gordura para criar reservas de energia que serão mobilizadas quando a criança começar a andar.

À medida que a criança cresce e se movimenta esses depósitos serão consumidos gradativamente até atingir os níveis mais baixos aos 5 ou 6 anos. As que chegam com excesso de peso nessa idade correm risco de assim permanecer na vida adulta.

O aumento excessivo de peso da mãe grávida interfere com o programa que controla o ciclo metabólico do feto. Os estudos mostram que os filhos de mulheres que engordam excessivamente durante a gravidez correm 48% mais risco de chegar com excesso de peso aos 7 anos.


Amamentar é um ato de amor que somente traz benefícios para a mãe e para a criança:

Beneficios para mãe: reduz as chances de desenvolver câncer de mama, ajuda a perder o peso adquirido durante a gestação, melhora o vínculo afetivo mãe-filho, ajuda na regulação adequada dos hormônios maternos, entre outros benefícios.

Benefícios para a criança: favorece um bom desenvolvimento/crescimento prevenindo a má nutrição (excesso de peso/obesidade e baixo peso/desnutrição), previne Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), tais como, obesidade, diabetes, hipertensão, síndrome metabólica. Além disso, a criança amamentada é mais segura do ponto de vista emocional/afetivo.

Como deve ser a alimentação da minha criança para favorecer um ótimo crescimento e desenvolvimento?

Até os seis meses: apenas o Leite materno.

Água: até mesmo nas cidades mais quentes não há recomendação de adicionar água na alimentação da criança até os seis meses de vida. A mãe, por outro lado, precisa manter-se hidratada, através da ingestão de água, sucos de frutas, frutas suculentas. Nunca pense em hidratar-se com refrigerantes e bebidas adocicadas, pois estas além de favorecer o ganho de peso, não cumprem a função de hidratação.

Ingerir de 6 a 8 copos/dia (recomenda-se 1 copo/hora no intervalo das 8 as 19 horas, respeitando-se os intervalos pós-refeições).

O sabor do leite materno não é o mesmo em todas as mamadas, ocorrem modificações no decorrer do dia em razão da alimentação da mãe. Bebês alimentados com mamadeira não experimentam uma variedade de sabores, o gosto do leite em pó é sempre o mesmo. Estudos mostram que a diversidade de sensações associadas à amamentação está também associada ao desenvolvimento de paladares mais variados.


Meu bebê completou seis meses de vida e até agora está em aleitamento materno exclusivo, preciso adicionar algum alimento?

SIM. Neste momento a necessidade de adicionar outro alimento existe. Por quê? O Leite Humano sozinho não será suficiente nesta idade, para suprir todas as necessidades nutricionais da criança, para manter o crescimento adequado. Além disso, há a necessidade de uma alimentação diferente da consistência líquida, para que haja o aprendizado da mastigação, deglutição, e desenvolvimento adequado da arcada dentária e, ainda, desenvolver um bom comportamento alimentar. O comportamento alimentar é desenvolvido em grande parte no primeiro ano de vida.

As crianças têm preferência inata por sabores doces e salgados, rejeição pelos amargos e azedos e dificuldade para aceitar novas experiências gustativas. Calcula-se que devam ser expostas de cinco a dez vezes, em média, para se adaptar ao gosto de um novo alimento.


Nessa fase da vida, existe nítida predisposição para alimentos com alta densidade calórica, por causa do gosto agradável e por levar à saciedade mais prontamente. Se não houver insistência na oferta, o paladar poderá fixar-se em doces e gorduras.


As preferências alimentares pelo doce, salgado, cítrico, etc., são adquiridos pelo aprendizado nesta fase da vida.

O que isso significa?

Se eu forneço para o meu bebê, refrigerantes, doces, açúcar refinado, chocolate, salgadinhos, frituras, etc. eu estou ensinando ao meu filho a preferir estes alimentos na idade posterior. Esse conhecimento adquirido vai influenciar na determinação da saúde atual e na idade adulta.

Dessa forma, nós pais somos responsáveis também pelo aumento no desenvolvimento de DCNTs em nossa família e, portanto, em nosso país.

Escuto sempre pais queixando-se que o filho não aceita frutas, hortaliças, etc, quando, na verdade o aprendizado para aceitação do sabor dos diversos alimentos saudáveis não foram fornecidos na época adequada.

Às vezes até os pais oferecem uma vez ou outra esses alimentos, mas não inserem no hábito alimentar familiar, ou o fazem de forma inadequada, misturando todos os vegetais em uma sopa, por exemplo.

Bem, mas eu sou pai, mãe, cuidador do bebê e quero o melhor para ele e decidi influenciar de forma positiva as condições de saúde futura e favorecer um estilo de vida saudável, interferindo, numa maior longevidade, com melhor qualidade de vida.

Graças a atitudes de pais conscientes teremos uma população que viverá mais e sofrerá menos de diabetes, hipertensão, obesidade, desnutrição.
Qual o alimento que eu posso incluir na alimentação do meu filho que completou seis meses?

1) Mantenha o aleitamento materno sobre livre demanda. Nesta idade a criança já definiu a frequência e a duração das mamadas, de acordo com suas necessidades fisiológicas.

Como eu saberei se esta etapa foi estabelecida de forma adequada?

Pelo crescimento e ganho de peso adequados da criança. Na consulta, o pediatra e/ou nutricionista avaliará no gráfico de crescimento se o seu bebê está crescendo de acordo com o potencial dele(a). A curva deverá ser crescente, ascendente, nunca estacionada ou descendente.

2) Adicione a primeira papa de fruta no horário do lanche da manhã, normalmente entre 9 e 9:30h.

A primeira papa de fruta deve ser composta de fruta madura, amassada. Uma fruta deve ser oferecida por vez.

Esta fruta deve ser oferecida durante 3 dias, observando se há sinais de intolerância ou alergia (coceira, inchaço, vermelhidão, sintomas respiratórios, gastrointestinais). A cada três dias, mudar o tipo de fruta.

Qual fruta eu devo oferecer?

Qualquer fruta, desde que bem higienizada. Dê preferência as frutas da época/estação que são mais nutritivas e mais baratas.


Observação: A criança tende a empurrar com a ponta da língua a fruta amassada, por conta de um reflexo normal que ainda está presente nesta fase – a protrusão. Não quer dizer que ela não gosta e está rejeitando aquele alimento.

A criança não conhece o doce, salgado, o azedo, pois o leite materno tem um sabor exclusivo que não encontramos em nenhum outro alimento. Nesta etapa é importante não tomar decisões pela criança. Se a mesma empurra com a língua, faz caretas, não quer dizer que não gosta. É apenas uma adaptação à novidade, um sabor novo por vez.

3) Primeira papinha “salgada” para a criança.

Recebe este nome não por conter sal em excesso, mas por diferenciar-se da papa de frutas que tem sabor predominantemente doce.

Ela deve ser composta por um alimento de cada grupo apresentado abaixo:

Cereais, tubérculos: arroz, aipim/macaxeira/mandioca, batata-doce, macarrão, batatinha, cará, farinhas, batata-baroa/mandioquinha, inhame, milho.

Leguminosas: Feijões, lentilha, ervilha seca, soja, e grão-de-bico.

Legumes, verduras e frutas: Folhas verdes, laranja, abóbora/jerimum, banana, beterraba, abacate, quiabo, mamão, cenoura, melancia, tomate, manga.

Carne ou ovo: Frango, peixe, pato, boi, ovo*, miúdos e vísceras.

Fonte: Adaptação da Sociedade Brasileira de Pediatria ( 2008).

A prevenção da obesidade infantil começa na gestação; a do adulto dura a vida inteira.



FONTE

http://guiadobebe.uol.com.br/alimentacao-saudavel-para-crianca-desde-o-primeiro-ano-de-vida

http://www.cartacapital.com.br/saude/de-olho-na-dieta-infantil

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