terça-feira, 19 de abril de 2022

Poiquilodermia. E, agora


Tenho poiquilodermia. E, asseguro: Não tenho o hábito de usar decotes que deixem o colo exposto. Fiz apenas duas ou três sessões em clínicas de bronzeamento. Trabalho em ambiente fechado no período entre às 07h30 e 17h30. Não costumo me expor ao sol em dias de folga ou de férias. Agora o descuido já são outros 500. Usei perfumes no colo \0/ Fui do oito ao oitenta. Não fiz todo o dever de casa quanto a proteção adequada da pele do colo, rosto, mãos. E, desconfio que o sol que tomo diariamente enquanto estou dirigindo e também que a exposição às luzes do celular, notebook, computador tenham estimulado a produção de radicais livres, melanina, pigmentação e potencializado o aspecto envelhecido da pele do meu colo, fazendo surgir manchas, linhas finas, rugas, toda esse pescoço tecnológico, essa poiquilodermia que adquiri nestes 51 anos.

Embora, eu saiba que quanto antes prevenir seja sempre o melhor a ser feito, vou (re)iniciar: cuidados e tratamentos, porque antes tarde do que nunca também me parece bem significativo.



A Poiquilodermia é uma doença caracterizada pelo excesso de pigmentação da pele e pela aparência dos vasos sanguíneos dilatados. A condição surge, preferencialmente, em pacientes com mais de 40 anos que se descuidaram da proteção solar durante a vida. Além da exposição excessiva aos raios ultravioleta, a tendência genética, o processo de envelhecimento natural da pele e algumas alterações hormonais podem ser fatores desencadeantes da Poiquilodermia.

Como tratar? Pode ser indicado o uso de cremes específicos em casa e a realização de tratamentos a laser ou com Luz Intensa Pulsada, em consultório médico. Além disso, o uso regular do filtro solar diariamente é imprescindível para evitar o agravamento da poiquilodermia.

Quando esses sinais de envelhecimento cutâneo se instalam, é possível recuperar a integridade da pele, desde que tais sinais não sejam exagerados. O uso de hidratantes corporais, principalmente à base de ureia, lactato de amônia, vitamina E, ceramidas e ômegas 3, 6 e 9, entre outros, pode dar uma grande “mãozinha”No caso das manchas, sessões de luz intensa pulsada geralmente resolvem a situação

Porém, o que fazer com o aspecto opaco da pele e com as rugas que se instalaram, se nada disso adiantar? Nesse caso, os dermatologistas lançam mão do uso de um procedimento ambulatorial já bem conhecido: o preenchimento dérmico.


O que é a toxina botulínica?

A toxina botulínica, substância muito utilizada em procedimentos estéticos, nada mais é que uma neurotoxina obtida a partir da Clostridium botulinum (bactéria).

Embora seja mortal em grandes quantidades, uma pequena dose dessa toxina, quando administrada com segurança e por um profissional, é bastante eficaz para corrigir rugas e linhas de expressão.

Funciona assim: a toxina botulínica, quando injetada na pele, bloqueia os sinais nervosos dos músculos em que se aloja. Quando esses sinais são interrompidos, o tecido afetado fica temporariamente paralisado, ou congelado.

Sem o movimento desses músculos, certas rugas de expressão podem ser suavizadas, reduzidas ou até mesmo eliminadas. Tudo depende da localização e profundidade destas, e das necessidades e objetivos do paciente.

O que são os preenchimentos dérmicos?

Os preenchimentos dérmicos, também utilizados para tratar rugas e linhas de expressão, correspondem a injeções de algumas substâncias na face. A diferença, aqui, é que elas não são de toxina botulínica, mas sim de preenchedores como:
  1. ácido hialurônico;
  2. bioestimuladores (hidroxiapatita de cálcio e ácido L-polilático).
Os preenchedores são utilizados para restaurar o volume perdido e/ou estimular a formação de colágeno. A escolha da melhor substância vai depender das necessidades e objetivos do paciente.

E qual é a diferença entre a toxina botulínica e os preenchedores?

Como pudemos ver, a toxina botulínica é uma substância que atua diretamente nos músculos faciais, paralisando-os. Essa é uma opção interessante para quem deseja amenizar os sinais da idade porque, uma vez aplicada, ela impede que as rugas produzidas pelas expressões faciais se formem.

Com tudo isso em mente, aí vão algumas situações em que esse tipo de procedimento é o mais recomendado:
A aplicação é simples e pouco invasiva. Para se ter ideia, o procedimento dura cerca de 20 minutos. Os efeitos da toxina botulínica duram, em média, 4-6 meses.

Os preenchimentos dérmicos são injeções compostas por substâncias que, além de conferirem mais volume à região, possuem propriedades interessantes para o tratamento da pele. É o caso, por exemplo, do ácido hialurônico (hidratação) e do cálcio/ácido L-polilático.

As sessões, aqui, também são simples, podendo durar cerca de 20 a 30 minutos. Os efeitos são percebidos imediatamente após a aplicação e o(a) paciente pode retornar às suas atividades rotineiras logo depois. No caso dos preenchedores, os resultados costumam durar de 1 a 2 anos.

No mais… A melhor forma de saber qual dessas opções é a ideal para o seu caso é se consultando com um dermatologista para alinhar suas expectativas e realidades!

Na imensa maioria das vezes, esse procedimento é feito com ácido hialurônico (a mesma substância usada para preencher sulcos faciais) não crosslinkado (ou seja, não unido entre si; quando crosslinkado (ou seja, não unido entre si; quando crosslinkado, ele forma uma configuração espacial rendilhada, útil para o preenchimento facial, mas não para o fim que aqui discutimos).

Existem alguns produtos registrados em nosso país, originários das mesmas empresas que comercializam os preenchedores faciais à base de ácido hialurônico, de aplicação em âmbito ambulatorial.

O ácido hialurônico não crosslinkado, quando aplicado por meio de puncturas de microagulhas (após aplicação de anestesia tópica de, no mínimo, 45 minutos, claro!), entra na derme (camada média da pele) dessa região, atraindo água para o interior de sua estrutura, “expandindo” a pele, tornando-a mais esticada, o que deixa sua superfície cutânea mais lisa. Em geral, faz-se mais que uma sessão, com intervalo de sete a quinze dias, dependendo de cada caso. Leia mais em: Veja




“O tempo de exposição às luzes dos celulares e computadores podem favorecer o envelhecimento, ou seja, o surgimento de manchas, linhas finas e rugas. Essas luzes estimulam a produção de radicais livres e melanina”, explica o dermatologista Tiago Silveira.

Os radicais livres são moléculas instáveis que tendem a se associar de maneira rápida a outras moléculas de carga positiva, com as quais podem reagir ou oxidar, gerando diversos tipos de danos à pele. Ou seja, aquele hábito de usar o celular na cama antes de dormir é um verdadeiro veneno para a cútis e para o sono como um todo.

Conhecida como poluição eletromagnética, essa luz está relacionada à diversas patologias, como melasma, envelhecimento cutâneo precoce, câncer de pele, eritema, fotodermatoses, e indução de danos ao DNA por processos indiretos.

A luz visível é composta por comprimentos de ondas que variam de 400 a 700 nanômetros e podem ser classificadas em cores de acordo com a sua frequência, nas quais as mais curtas se propagam na coloração violeta e aumentam continuamente através das cores azul, verde, amarelo, alaranjado e, por fim, vermelho.

Sabe-se que quanto menor o comprimento das ondas, maior sua intensidade e seu potencial energético. Dessa maneira, a luz azul é considerada como luz visível de alta energia, uma vez que possui comprimentos de ondas próximo a 434 nanômetros. “Além da exposição de luz azul emitida naturalmente pelo sol, estamos cada vez mais expostos por fontes artificiais de iluminação: eletrodomésticos com tecnologia LED, além de smartphones, tablets e monitores dos computadores”, explica a Cosmetóloga Heloisa Olivan.

A luz azul não é novidade, visto que o sol é responsável por emitir entre 25% a 30% dela. Porém, com a criação do LED, passamos a ter contato praticamente em tempo integral com essa luz azul – o que não é apropriado. As telas de eletroeletrônicos são capazes de emitir 35% dessa luz. “Sendo assim, qualquer luz artificial de lâmpada, presente no nosso dia-a-dia, também pode causar malefícios para a pele”, alerta Silveira.

De acordo com o dermatologista, a melhor forma de se proteger dos vários tipos de radiação de luz é com uma boa alimentação. Para isso, é necessário consumir vitaminas, porque elas funcionam como antioxidantes e podem prevenir os danos causados por radiações infravermelhas, ultravioleta e da luz visível

Já a cosmetóloga também alerta que é importante caprichar na proteção diária da pele, através de produtos de aplicação no rosto ou consumo via oral. “Filtros solares e antioxidantes são os maiores e melhores aliados nesse novo contexto de cuidados com a pele. Enquanto os antioxidantes neutralizam radicais livres, o filtro intensifica a proteção”, orienta.

Até mesmo a já conhecida vitamina C, ajuda na proteção contra a luz visível, já que é um potente antioxidante. “No entanto, vale lembrar que esse tipo de produto não substitui os protetores de uso tópico. O melhor é adicioná-los como mais uma opção de proteção ao arsenal contra os efeitos da luz azul”, explica Heloisa.

Silveira alerta que é possível reverter parcialmente o dano do DNA e os tumores na pele, contudo, são necessários tratamentos indicados por um médico dermatologista. “Abusar do filtro solar é a regra! No caso do envelhecimento e rugas, existem inúmeros tratamentos para estimular o colágeno e reverter um pouco os danos”, explica.

Para Heloísa, o uso de cremes de rosto com ingredientes que não só clareiam, mas também uniformizam o tom da pele, podem ajudar no processo. “Os dermocosméticos que contenham proteção contra luz visível e contra poluição urbana, são as grandes estrelas da cosmetologia atual, e realmente merecem lugar de destaque, pois têm trazido ótimos resultados”, relata.

A cosmetóloga também acredita que os peelings e micro agulhamentos, são procedimentos estéticos, mas que visam aumentar a taxa de renovação celular da pele, e têm se mostrado ótimas opções para amenizar os danos trazidos pela exposição excessiva aos raios UV. “Além disso, trazem outros benefícios, como estímulo da produção de colágeno, equilíbrio da oleosidade cutânea e melhora do viço e luminosidade”, garante.

“Se você se expõe muito a todos os tipos de radiações, deve procurar um especialista e fazer um exame chamado dermatoscopia. É um exame preventivo de pele, onde se utiliza um dermatoscópio, uma espécie de microscópio de pele que faz todo o check up de cada sinal da pele, cabelos e unhas. O ideal é que esse exame seja feito uma vez ao ano”, concluiu Silveira.

A luz natural é a luz solar, luz do dia. A luz artificial é proveniente dos aparelhos, eletrodomésticos e lâmpadas. O efeito das luzes visíveis, não é tão alarmante quanto ao do sol. Cerca de 67% dos radicais livres da nossa pele são gerados pelos raios ultravioletas do sol, e 33% são gerados pelas luzes artificiais, mas elas também são responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de manchas, já que alteram a pigmentação da pele.

Silveira explica que ficar exposto à luz artificial por oito horas, equivale à cerca de um minuto e 20 segundos de exposição solar, em um dia de verão. “Por isso, os efeitos não são tão desesperadores quanto os causados pelos raios solares, mas isso não quer dizer que você possa evitar os cuidados preventivos”, alerta.

Filtro solar mesmo dentro de casa?

Sim! De acordo com a cosmetóloga, existem dois motivos: O primeiro é que, mesmo dentro de ambientes fechados, estamos expostos às radiações ultravioleta A e B. Obviamente, em menor proporção, mas mesmo assim elas podem penetrar em ambientes fechados através de portas e janelas, além da reflexão nas superfícies. A radiação ultravioleta A, também pode passar através de vidros. O segundo motivo é que, em tempos de home office e muitas interações online, estamos ainda mais expostas à luz visível. “Por isso, a proteção é mandatória sempre: use filtro solar dentro e fora de casa!”, alerta.

Rugas até no pescoço!

Outro problema causado pelos aparelhos eletrônicos são as rugas no pescoço, que surgem devido ao hábito de abaixar a cabeça para usar celular e tablets. O problema é classificado como “Síndrome do Pescoço Tecnológico”, Tech Neck ou “Pescoço Tecnológico”. De acordo com Heloisa, a condição é desencadeada pelo aumento do peso transmitido a essa região do corpo. Esse, no entanto, é mais um problema trazido pela tecnologia, mas que já tem sido amplamente estudado pela comunidade científica para ter seus danos minimizados.

Outros problemas causados pela luz azul

Um estudo publicado na revista científica Nature, feito por pesquisadores da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, compreendeu que o espectro de luz azul-violeta é potencialmente tóxico às células fotorreceptoras da retina, aumentando o risco de degeneração ocular e, no extremo, levando a cegueira.

Pesquisadores ainda afirmam que a luz azul prejudica o sono. Ao ser absorvida pela retina, estimula o cérebro a ficar alerta e suprime a produção da melatonina, o hormônio que induz ao descanso. E noites mal dormidas podem gerar mau humor, cansaço e até depressão.

Fontes: Tiago Silveira é dermatologista, fez residência médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Obteve Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e MEC. | Heloisa Olivan é cosmetóloga, farmacêutica e bioquímica, especialista em desenvolvimento de nutracêuticos. Mestre em Ciências Biológicas pela USP. Especialista em estética e ciências da pele e tecnologia cosmética pelo Instituto de Cosmetologia.

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