sábado, 14 de junho de 2008

Dieta do bem-estar total

A dieta que está dando o que falar...



por Luciana Farnesi (de Londres)

Muita proteína
Emagreça sem passar fome. Energia total: você perde peso, ganha disposição e melhora a saúde. Sem contar calorias: é só escolher o alimento certo. Corpo durinho: a gordura vai embora e os músculos aparecem. Corte carboidrato, coma carboidrato, coma gordura, corte gordura...

Afinal, qual é a melhor proposta para emagrecer com saúde? Foi exatamente para encontrar a resposta que uma equipe de cientistas australianos passou os últimos dez anos realizando uma superpesquisa.

A conclusão: na luta contra a balança, a melhor amiga é a proteína magra. Publicada na forma de livro — The CSIRO Total Well-Being Diet (A dieta do bem-estar total) — em agosto na Austrália, a dieta logo alcançou o topo da lista dos mais vendidos.

A previsão era de um milhão de exemplares comercializados até o fim do ano passado, em um país com apenas 20 milhões de habitantes. Tamanho sucesso garantiu o passaporte do livro para a Inglaterra, onde foi lançado em outubro de 2005, e chamou a atenção dos Estados Unidos e da China.

Mas qual é a novidade, se cardápios fortes em proteína são a base da dieta do dr. Atkins e de South Beach? a ciência comprova: “Fizemos vários testes clínicos, enquanto os métodos anteriores são baseados em conceitos teóricos”, defende Manny Noakes, chefe da equipe que criou esse jeito de emagrecer. “Além disso, as pesquisas provaram que essa dieta faz bem à saúde”. completa.

Um dos estudos feitos pelos criadores da dieta (cientistas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade das Nações — CSIRO) reuniu 120 mulheres acima do peso, divididas em dois grupos.

O primeiro passou 12 semanas fazendo dieta à base de proteína magra.

O segundo grupo, o mesmo período seguindo uma dieta rica em carboidrato. Os dois cardápios tinham a mesma quantidade de calorias (1 340 por dia) e a mesma quantidade de gordura, mas os resultados foram bem diferentes. Mais proteína, menos fome.

As mulheres do grupo das proteínas perderam, em média, 7,6 quilos, e as do grupo dos carboidratos 6,9 quilos.

A diferença parece pequena? Pois veja só: no primeiro grupo, 80% do peso perdido era composto de massa gorda (as gordurinhas) e no outro apenas 44%. Ou seja, quem fez a dieta do carboidrato perdeu mais músculos (a massa magra) que gordura.

Na hora de olhar para o próprio umbigo, as mulheres do grupo das proteínas também saíram ganhando: perderam o dobro de pneuzinhos em comparação ao outro time. E foi com a nova barriguinha que a saúde das mulheres do primeiro grupo melhorou. Isso porque quem tem muita gordura na região da cintura tende a ter alto nível de triglicérides, um tipo de gordura inimiga do coração que se acumula no sangue.

As mulheres do grupo das proteínas diminuíram o nível de triglicérides e, com isso, abaixaram o risco de sofrer um ataque cardíaco ou um derrame cerebral.

Os pesquisadores descobriram também que a dieta rica em proteínas é mais fácil de ser seguida: apenas cinco garotas desse grupo abandonaram o regime durante a pesquisa, enquanto no grupo dos carboidratos foram 16. Manny Noakes diz que isso ocorre porque a proteína, com digestão mais lenta que o carboidrato, deixa você satisfeita por mais tempo.

Além disso, a médica acredita que a proteína tenha alguma influência nos hormônios que controlam o apetite: “Embora o efeito não seja tão forte quanto o de uma droga supressora do apetite, ele é poderoso o suficiente para ajudar quem quer perder peso a não atacar a geladeira”.

A melhor de todas
Na opinião da nutricionista Toni Speer, do Conselho Britânico de Pesquisa Médica, essa é uma dieta mais saudável que as similares. “É mais baixa em gordura que a dieta de Atkins e mais completa que a de South Beach, porque incentiva a prática de exercícios (30 minutos de caminhada, três vezes por semana, no mínimo). E, ao contrário das duas, não deixa você comer o quanto quiser de proteína.”

A dose indicada é de 300 gramas de carne magra por dia – 100 gramas (de peixe, frango ou carne vermelha) no almoço e 200 gramas (sempre de carne vermelha) no jantar, de segunda a segunda.

A nutricionista Vanderlí Marchiori, de São Paulo, não concorda com tanta carne bovina. Ela sugere reduzir o filé para duas vezes por semana. E, nos outros dias, comer frango e peixe, muito peixe. Para completar o cardápio da dieta, vá de carboidratos ricos em fibras (pães, massas e grãos integrais, hortaliças e frutas) e gorduras boas (azeite de oliva).

Cardápio
Menu Australiano - Esta é a base da dieta, que deixa você comer até chocolate!

café da manhã
1/2 xíc. (chá) de cereal matinal rico em fibras e 1 copo (250 ml) de leite desnatado.

lanche
1 fruta (ou 1 copo, 250 ml, de suco de fruta sem açúcar)

almoço
1/3 de xíc. (chá) de arroz integral (ou 1/2 xíc. de chá de massa), 1 xíc. (chá) de vegetais variados no vapor, 1 filé médio (100 g) de carne vermelha (ou branca) magra, assada ou grelhada*

lanche
1 fruta ou (1 copo, 250 ml, de suco de fruta sem açúcar)

jantar
1 1/2 xíc. (chá) de vegetais variados no vapor e 200 g de carne vermelha magra (patinho, lagarto, acém). Guloseima: 40 g de chocolate por semana (equivalente a 2 bombons) ou 2 taças de vinho ou 2 latinhas de cerveja* Duas vezes por semana, é permitido substituir a carne do almoço por dois ovos.

Ficou curiosa para testar? Se você quiser sentir o gostinho da dieta, Noakes dá uma sugestão: “Inclua proteína magra no almoço e no jantar”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.